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EDNARDO - O ROMANCE DO PAVÃO MYSTERIOZO
  • FICHA TÉCNICA
    • Gravação Original em LP - (VIK) RCA Victor - 1974 090010 Lançado em CD - BMG - 2001 7432188353-2
      FICHA TÉCNICA
      Supervisão Geral - Osmar Zandomenigui
      Coordenação Geral - Antonio de Lima
      Coordenação Artística e Direção de Estúdio - Walter Silva
      Técnicos de Som - Stelio Carlini / G. João Kibelkstis (Joãozinho) / Edgardo Alberto Rapetti
      Técnicos de Mixagem - Walter Lima / Edgardo Alberto Rapetti
      Fotos - Gerardo Barbosa Filho
      Direção de Arte das Capas - Tebaldo
      Desenhos - Ednardo
      Gravação e Mixagem - Estúdio A da RCA em São Paulo - 16 Canais
      MÚSICOS
      Arranjos e Regências - Hareton Salvanini / Heraldo do Monte / Isidoro Longano
      Sobre idéias de arranjos musicais de Ednardo
      Violão e Percussões - Ednardo
      Viola e Guitarra - Heraldo do Monte
      Flauta e Sax Tenor - Isidoro Longano (Bolão)
      Banjo - Luiz de Andrade
      Contra Baixo (Acústico e Elétrico) - Gabriel J. Bahlis
      Bateria - Antonio de Almeida (Toniquinho)
      Tímpanos - Ernesto de Lucca
      Tumbadoras - Rubens de S. Soares
      Percussões - José Eduardo P. Nazário / Jorge H. Silva / Dirceu S. de Medeiros (Xuxu)
      Piano Cravo (elétrico) - José Hareton Salvanini
      Flauta / Pícolo - Demétrio S. de Lima
      Flauta / Sax Alto - Eduardo Pecci
      Clarinete - Franco Paioletti
      Oboé - Benito S. Sanchez
      Baixo Tuba - Drausio Chagas
      Pistons - Sebastião J. Gilberto (Botina) / Settimo Paioletti
      Trombones -Roberto J. Galhardo / Antônio Secato
      Violoncelos - Ezio Dal Pino / Flabio Antonio Russo
      Violinos - Jorge G. Izquierdo / Oswaldo J. Sbarro / Caetano D. Finelli / Dorisa Soares
      Antonio F. Ferrer / German Wajnrot / Alfredo P. Lataro / Joel Tavares
      Participação Especial - Amelinha no Vocal da faixa "Ausência"

      Texto do Encarte
      Uma capa é uma EMBALAGEM um ENVO-LUCRO. Que não traduz satisfatoriamente o que está dentro dela, e mesmo porque nem precisa ser assim. O Pavão é uma coisa bonita que "voa". "Voa" assim como eu enxerguei que ele voasse. Quando li o romance tudo estava daquele jeito -> escrito. Todas as piruetas que o rapaz fez para livrar a moça do castelo do conde, resultaram num sentimento final anti-repressivo, livremente bonito, sem preocupações, porque o começo de cada coisa já contêm o seu fim.
      E eu topei fazer este disco assim, como uma estória, para que ele se impregnasse e fosse irmão desse mesmo sentimento final:
      O Vôo, o Rapaz, a Moça, o Pavão, (e eu), sem assumir nenhuma pose * "fox-lórica" e/ou ** "folclórica".
      O desenho do pavão foi um jogo de paciência, minha atividade lúdica enquanto o disco não vinha, enquanto não dava o carneiro.
      * "fox-lore" - vide música Rodger / Dedé Evangelista
      ** "folclore" - vide dicionário
  • CARNEIRO
    • Ednardo / Augusto Pontes

      Amanhã se der o carneiro
      O carneiro
      Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
      Amanhã se der o carneiro
      O carneiro
      Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
      As coisas vem de lá
      Eu mesmo vou buscar
      E vou voltar em vídeo tapes
      E revistas supercoloridas
      Pra menina meio distraída
      Repetir a minha voz
      Que Deus salve todos nós
      E Deus guarde todos vós
  • AVIÃO DE PAPEL
    • Ednardo

      Vai meu filho vai
      Que Deus lhe dê
      Boa sorte, fortuna e felicidade
      Não tem segredos
      Vai que esta província muito tem a ver
      Com a cidade
      Um pouco mais alargada talvez
      Mas não tenha medo não

      Só não esqueça que esse céu de anil
      É muito grande pra voar
      E mesmo assim avião de papel
      Não é fácil de se pilotar

      Só não esqueça de voltar pra ver
      O que restou desse lugar
      Que o sol e a chuva
      E os homens práticos
      Vão modificar

      Vai meu filho vai
      Que eu lhe dou essa medalha assim
      Como seu avô me deu
      Mas a força maior, você sabe
      Está em você que nasceu

      Só não se esqueça de vir para abraçar o mar
      E nós que vamos vivendo
      Descendentes diretos do galã lusitano - o Moreno
      A gente sente saudades
      É labareda, brasa e cinza

  • MAIS UM FREVINHO DANADO
    • Ednardo

      No espaço curto
      Desse passo louco
      Vou sair um pouco
      Pra esquecer o triste
      Se eu te encontrar pelo meio desse povo
      Vou pensar de novo que a alegria existe
      Se eu te encontrar pelo meio desse fogo
      Vou pensar de novo que a alegria existe
      Sim eu vou sair fantasiado de alegria por aí
      Mas na quarta feira a gente vê
      Que é mentira meu sorriso sem você
      Sim eu vou sair fantasiado de alegria por aí
      Mas na quarta feira a gente vê
      Que é mentira meu sorriso sem você
  • CURTA METRAGEM
    • Rodger Rogério / José Evangelista (Dedé)

      Tu lembras, a rua estreita, estrada tão antiga
      E eu mostrava a ti uma cantiga
      Uma cantiga antiga do lugar
      Na rua, na paz da lua um sonho se fazia
      E sem querer então eu esquecia
      Que já não temos tempo pra sonhar

      Sorrias, e a tua voz a cada instante amiga
      A um só tempo, em um abraço estreito
      Fazia a vida, o violão e um jeito de se fazer amar
      Sorrias, e a tua voz, estranha estrada, amiga
      Perdeu-se ao longe na partida
      E não ficou ninguém em teu lugar

  • AUSÊNCIA
    • Ednardo

      No meio do dia não venha tentar quebrar meu encanto
      Não venha chorar, por enquanto
      Meus olhos de olhar, de olhar querem ver o que há
      Não venha me encher de mistérios
      Não vou prometer ficar sério

      Não venha, não venha tentar quebrar meu encanto
      Não venha chorar, por enquanto
      Não venha me encher de mistérios
      Não, não vou prometer ficar sério
      Não venha estragar meu prazer
      Não, não vou prometer
      Não venha estragar
      Enquanto durar

      No meio da noite não posso deixar
      Não posso deixar de sair
      Se você quiser pode vir
      Não quero mudar minha sorte
      No meio da noite não posso deixar
      Não posso deixar de sair
      Se você quiser pode vir
      Não quero mudar minha sorte

      Se a morte, se a morte vier me encontrar
      Ela sabe que estou entre amigos
      Se a morte, se a morte vier me encontrar
      Ela sabe que estou entre amigos
      Falando da vida, falando da vida
      Falando da vida, e bebendo num bar
      Falando da vida, falando da vida
      Falando da vida, e bebendo num bar
  • VARAL
    • Ednardo / Tânia Cabral

      No varal a roupa ao vento
      E no vento a voz da rua
      E na rua o transitar
      Gente apressada a passar
      Na parede o calendário
      No calendário outro dia
      E no dia a mesma espera
      De nada esperar um dia
      No umbral da porta já torta
      A sombra, o sombrio olhar
      E no olhar coisas mortas
      Que ninguém virá velar

      O assovio, o assalto
      O assunto a semana inteira
      Na esquina, no bar, na feira
      E a roupa no seu varal
      E esse dia tão normal
      Tão normal, tão normal

      No umbral da porta já torta
      A sombra, o sombrio olhar
      E no olhar coisas mortas
      Que ninguém virá velar

  • DOROTHY LAMOUR
    • Petrúcio Maia e Fausto Nilo

      Dorothy Lamour, com amor te matei
      Sereia, na areia do cinema
      Dorothy Lamour, com ardor te adorei
      No drama da primeira fila
      Adorei, no drama, o teu sabor azul
      Estranho como a primeira
      A primeira coca-cola

      Era miragem, fantasia de um mundo blue
      E eu fui chorar na areia Dorothy Lamour
      Por que sangrar meu nativo coração do sul
      Ai eu fui naufragar em teus olhos de mar azul

      A tua cor, o teu nome, mentira azul
      Tudo passou, teu veneno teu sorriso blue
      Ai, hoje eu sou, água viva dos mares do sul
      Não quero mais chorar, te rever Dorothy Lamour

  • DESEMBARQUE
    • Ednardo

      Não me dê
      Aquele abraço sem jeito
      De quem quer consolar
      Não vá tentar
      Conseguir meu sorriso
      Na hora em que quero chorar

      Eu só queria saber
      Onde se encontrava
      Aqueles sonhos
      Que a vida inteira a gente sonhava
      E descobri de repente
      Sumindo até se perder
      Aquelas coisas que a gente
      Jura nunca esquecer

  • TREM DO INTERIOR
    • Ednardo / Fausto Nilo

      Meu corpo sabe melhor
      Do nosso abismo noturno
      Amiga
      Daquela noite comprida
      Que poderia ser
      Simplesmente dormida

      À boca da noite
      Dei com a tua beleza
      Não contava com o raio de sol
      E a luz forte no lençol
      Que clareou tua face

      Amanhecendo
      Meus passos estão sem norte
      Pra recompor serei forte
      A tua primeira imagem
      Meu corpo sabe melhor
      Daquele abismo noturno
      Meu coração viaja
      Num trem do interior

      Meu corpo sabe melhor
      Do nosso abismo noturno
      Do nosso abismo noturno
      Amiga

  • ALAZÃO (CLARÕES)
    • Ednardo / Brandão

      De qualquer jeito é cedo
      De qualquer jeito há medo
      De qualquer jeito
      A força vem do braço
      Ou da palavra sai
      Corre
      Toca o alazão, meu pai
      Na poeira cinzenta, o sol
      E o cavalo vai
      Na poeira cinzenta, o sol
      E o cavalo vai

      Estrela branca na testa, alazão
      Me veste de perneira e gibão
      Arranca meu sorriso do chão
      Abre os meus braços na imensidão

      Qualquer soluço é pressa
      Qualquer dinheiro é pouco
      Qualquer desejo é reza
      Qualquer promessa só da boca sai
      Corre
      Toca o alazão, meu pai
      Na poeira cinzenta, o sol
      E o cavalo vai
      Na poeira cinzenta, o sol
      E o cavalo vai
      Há um direito e um torto, cavalo ê
      Eu não estou bem morto, cavalo ê
      Corre na areia, no vento, cavalo ê
      No mato seco do tempo, cavalo ê
      Pula da torre da igreja
      Pula por cima da mesa

  • A PALO SECO
    • Belchior

        E                             G#m
      Se você vier me perguntar por onde andei
      A                      B7
      No tempo em que você sonhava
      E                    G#m
      De olhos abertos lhe direi
      A                  B7
      Amigo eu me desesperava
      C#m                  F#m                 B7           E
      Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
           C#m                 F#m            B7                 E
      E eu ando um pouco descontente desesperadamente eu falo em português
       E                 G#m                A          B7
      Tenho vinte e cinco anos de sonho e de sangue e de América do Sul
               E             G#m               A
      Mas por força do meu destino um tango Argentino
                     B7
      Me pega bem melhor que um blues
      C#m                  F#m               B7              E
      Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
       C#m                     F#m             B7             E
      Eu quero é que esse canto torto feito faca, corte a carne de vocês
  • ÁGUA GRANDE
    • Ednardo / Augusto Pontes

      A primeira vez que eu vi São Paulo
      Da primeira vez que eu vim São Paulo
      Fiquei um tempão parado
      Fiquei um tempão parado
      Esperando que o povo parasse
      Esperando que o povo parasse

      Enquanto apreciava a pressa da cidade
      A praia de Iracema
      Veio toda em minha mente
      Me banhando da saudade
      Me afogando na multidão
      Eu vim São Paulo
      Se afogando na multidão
      Eu vi São Paulo

      Janeiro e nada
      Fevereiro e nada
      Marçabril e águagrande despencou
      Um aviso de chuva me chamou
      Marçabril e águagrande despencou
      Um aviso de chuva me chamou
      Adeus São Paulo
      Está chovendo pras bandas de lá
      Também estou com pressa
      Está chovendo pras bandas de lá

  • PAVÃO MYSTERIOZO
    • Ednardo

      A

         A              G          D    A              E
      Pavão mysteriozo, pássaro formoso, tudo é mistério nesse teu voar
           A                  G              D
      Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
       A              E            A
      Muita história eu tinha prá contar
        F#m                   B              F#m
      Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
      Dm                Am            E7
      Me guarda moleque de eterno brincar
         Am              Dm
      Me poupa do vexame de morrer tão moço
      Am          E             A  A4  A5-  A4
      Muita coisa ainda quero olhar
      REFRÃO

       F#m                  Am        Am/G
      Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
           G                  C
      No escuro desta noite me ajuda a cantar
      Am                     Dm
      Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
      Am                        E           A  A4  A5-  A4
      Desmancha isso tudo que não é certo não
         A              G          D
      Pavão mysteriozo, pássaro formoso
      A                 E
      Um conde raivoso não tarda a chegar
          A               A7          D          Dm
      Não temas minha donzela, nossa sorte nessa guerra
      A                    E           A
      Eles são muitos mas não podem voar


EDNARDO - INGAZEIRAS - PESSOAL DO CEARÁ MEU CORPO MINHA EMBALAGEM TODO GASTO NA VIAGEM - PESSOAL DO CEARÁ
  • FICHA TÉCNICA
    • terceira capa - LP 1983 e CD - 1994 e 2001 - 178911-2
      Gravação Original em LP - Continental - 1973 - SLP - 10.094
      Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem-Pessoal do Ceará
      Ednardo, Rodger Rogério, Tetty
      Relançado em LP - Continental - 1976 e 1983 - com capa e título diferentes
      Ednardo E o Pessoal do Ceará - LP 1.01.404.274
      Lançado em CD Continental/Warner Music 1994/2001- capa e título diferentes: Ednardo - Ingazeiras - E o Pessoal do Ceará -CD 17891-2
      (veja abaixo outras capas dos títulos)

      FICHA TÉCNICA
      Direção de Produção - Walter Silva
      Técnico de Som e Mixagem - Luiz Roberto Marcondes
      Fotos da Capa- Sérgio Segall / Kimihiko Kato
      Fotos Internas - Dirceu Côrte-Real
      Direção de Arte das Capas - Oscar Paolilo
      Gravação e Mixagem - Estúdio Scatena em São Paulo - em Novembro de 1972

      MÚSICOS
      Arranjos e Regências - Hareton Salvanini
      Sobre idéias de arranjos musicais de Ednardo e Rodger Rogério
      Violões - Ednardo / Rodger Rogério
      Viola e Guitarra - Heraldo do Monte
      Piano / Sintetizador- José Hareton Salvanini
      Programador do Sintetizador - Aloísio de Paula Jr.
      Contra Baixo - Gabriel Jorge Bahlis
      Bateria - Antonio de Almeida (Toniquinho)
      Tumbadoras / Ritmos - Rubens de Sousa Soares
      Ritmos - Mário Alves de Oliveira
      Flauta e Sax Tenor - Isidoro Longano (Bolão)
      Flauta e Sax Alto - Demetrio Santos Lima
      Piccolo - Rosario Domenico Giuseppe de Carla
      Oboé / Trompa - Francesco Pezzela
      Pistãos - Sebastião José Gilberto (Botina) / Geraldo Aurieni
      Trombones - Severino Gomes da Silva / Renato Cauchioli / Arlindo Bonadio
      Trombone Baixo - Iran Fortuna
      Violino Spala - Elias Sion
      Violinos - Jorge Gisbert Izquierdo / Caetano Domingos Finelli / Mario Tomassoni / Dorisa Aparecida T. de Castro Soares / Jorge Salim Filho /
      Antonio Felix Ferrer / German Wajnrot / Alfredo Paulo Lattaro / Joel Tavares
      Violas - Michel Verebes / Yoshitame Fukuda
      Violoncelos - Ezio Dal Pino / Flabio Antonio Russo
      Copista - Ricardo Morato de Carvalho
  • INGAZEIRAS
    • Ednardo

        G         Bm
      Nasci pela Ingazeiras
        C
      Criado no ôco do mundo
      Meus sonhos descendo ladeiras
                A7
      Varando cancelas
                D
      Abrindo porteiras
           G
      Sem ter o espanto da morte
               Bm      Em
      Nem do ronco do trovão
         C              A7        D
      O sul, a sorte, a estrada me seduz
         C                    D      G
      É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz
         C
      É ouro em pó, é ouro em pó
                D       G   Em
      É ouro em pó que reluz
         C      A7      D        G
      O sul, a sorte, a estrada me seduz
      (Cifrada por Paulo César Lira)
  • CAVALO FERRO I
    • Fagner

        G
      Montado num cavalo ferro
        D7                   Eb°
      Vivi campos verdes, me enterro
         Em
      Em terras trópico-americanas
                        BM
      Trópico-americanas, trópico-americanas
      C9           Cm9       G  F#  F  E
      E no meio de tudo, num lugar ainda mudo
          A7
      Concreto ferro, surdo e cego
          D7
      Por dentro desse velho, desse velho
                  G
      Desse velho mundo
          G
      Pulsando num segundo letal
            D7         Eb°
      No planalto central
      Em
      Onde se divide, se divide, se divide
         Bm
      O bem e o mal
       C9                  Cm9
      Vou achar o meu caminho de volta
               G          F#  F  E
      Pode ser certo, pode ser direto
              A7                     D7
      Caminho certo sem perigo, sem perigo
                        G
      Sem perigo, sem perigo fatal
  • CURTA METRAGEM
    • Rodger Rogério / José Evangelista (Dedé)

      Em baixo das marquizes
      Nem tristes, nem felizes
      Olhando a chuva cair
      Não há nada pra ser feito
      Está tudo, tudo tão direito

      A noite vem chegando
      Um ônibus parando
      A vida, a vida é mesmo normal
      Será que ninguém sabe
      Aquilo, aquilo que não cabe
      Nas folhas, nas folhas, nas folhas de jornal
      Nas folhas, nas folhas, nas folhas de jornal

      Primeiro, uma atitude
      Segundo, algo que mude
      Terceiro, ação, ação de mudar
      Porém nada acontece
      Um táxi, um táxi aparece
      Melhor, bem melhor, melhor se desculpar
      Melhor, bem melhor, melhor se desculpar
      Melhor, bem melhor, melhor se desculpar

  • FALANDO DA VIDA
    • Rodger Rogério / José Evangelista (Dedé)

      No meio do dia não venha tentar quebrar meu encanto
      Não venha chorar, por enquanto
      Meus olhos de olhar, de olhar querem ver o que há
      Não venha me encher de mistérios
      Não vou prometer ficar sério

      Não venha, não venha tentar quebrar meu encanto
      Não venha chorar, por enquanto
      Não venha me encher de mistérios
      Não, não vou prometer ficar sério
      Não venha estragar meu prazer
      Não, não vou prometer
      Não venha estragar
      Enquanto durar

      No meio da noite não posso deixar
      Não posso deixar de sair
      Se você quiser pode vir
      Não quero mudar minha sorte
      No meio da noite não posso deixar
      Não posso deixar de sair
      Se você quiser pode vir
      Não quero mudar minha sorte

      Se a morte, se a morte vier me encontrar
      Ela sabe que estou entre amigos
      Se a morte, se a morte vier me encontrar
      Ela sabe que estou entre amigos
      Falando da vida, falando da vida
      Falando da vida, e bebendo num bar
      Falando da vida, falando da vida
      Falando da vida, e bebendo num bar

  • DONO DOS TEUS OLHOS
    • Humberto Teixeira

      Num te esqueça qu'eu sou dono dos teus 'zóio'
      Faz favor de num espiar pra mais ninguém
      Esse azul cor de promessa dos teus 'zóio'
      Faz 'quarquer' cristão gostar de tu também
      Que Nosso Senhor perdoe os meus ciúmes
      Quando penso em cegar os 'zóios' teu
      Pra que eu, somente eu seja o teu guia
      Os 'zóio' dos teus 'zóio'
      A luz dos 'zóio' teu

      Num te esqueça que sou dono dos teus 'zóio'
      Faz favor de num espiar pra mais ninguém
      Esse azul cor de promessa dos teus 'zóio'
      Faz 'quarquer' cristão gostar de 'tu' também
      Que Nosso Senhor perdoe os meus ciúmes
      Quando penso em cegar os 'zóios' teu
      Pra que eu, somente eu seja o teu guia
      Os 'zóio' dos teus 'zóio'
      A luz dos 'zóio' teu
  • PALMAS PRA DAR IBOPE
    • Ednardo/Tânia Araújo

      Palmas pra dar ibope
      Palmas pra dar ibope
      Palmas pra dar ibope
      Bate, bate, bate, bate

      O desassossego, ronda nossa aldeia
      As nuvens cativas
      E canções radioativas
      O desassossego ronda nossa aldeia
      Orações e a teia de súbitas virtudes

      Céus, celuloses, celulites tropicais
      As elites e os demais
      Rondam nossa aldeia
      Sons, megatons, de uns versos obscenos
      A vingança e o veneno rondam nossa aldeia
      Mas tanto faz
  • BEIRA MAR
    • Ednardo

      Na Beiramar
      Entre luzes que lhe escondem
      Só sorrisos me respondem
      Que eu me perco de você ( Bis )


      Você nem viu
      A lua cheia que eu guardei
      A lua cheia que eu esperei
      Você nem viu, você nem viu ( Bis )


      Viva o som, velocidade
      Forte, praia, minha cidade
      Só o meu grito nega aos quatro ventos }
      A verdade que eu não quero ver } ( Bis )


      Na Beiramar
      Entre luzes que lhe escondem
      Só sorrisos me respondem
      Que eu me perco de você


      E o seu gosto
      Que ficando em minha boca
      Vai calando a voz já rouca
      Sem mais nada pra dizer ( Bis )


      E eu fugindo de você
      Outra vez me desculpando
      É a vida, é a vida }
      Simplesmente e nada mais } ( Bis )


      E um gosto
      De você que foi ficando
      E a noite enfim findando
      Igual a todas as demais
      E nada mais ( Bis )

  • SUSTO
    • Rodger Rogério

      O que nos importa que se feche a porta
      Por esse caminho ninguém quer passar
      É muito grande a dor, um sofrimento enorme
      Um susto
      O que nos importa que se feche a porta
      Por esse caminho ninguém quer passar
      É muito grande a dor, um sofrimento enorme
      Um susto

      Que se fechem as contas bancárias
      Que se fale de bem ou de mal
      Que se brinque na areia da praia
      Que se retorne ao planalto central
      Que se fechem as contas bancárias
      Que se fale de bem ou de mal
      Que se brinque na areia da praia
      Que se retorne ao planalto central

      Nada disso importa, alegria morta
      Nada disso importa, alegria
      Por ela sentiu febre a noite inteira
      Saiu e não deu bolas pra ninguém
      Por ela sentiu febre a noite inteira
      Saiu e não deu bolas pra ninguém
      Pela menina lá da rua da virada
  • A MALA
    • Rodger Rogério / Augusto Pontes

      Teus olhos cansados de ver o mundo
      Teus olhos molhados de ver o mundo
      Teus olhos cansados de viver no mundo
      Meus olhos molhados de viver no mundo

      Meus olhos parados no meio do mundo
      Mil olhos olhados no canto da sala
      Do mundo onde vou
      Nossos olhos guardados dentro da mala
      Do mundo onde estou
      Nos olhos, olhares sem ver o mundo
      Mil mundos rodando no canto da sala

      Na sala mortiça, a mala piscando
      Na sala a preguiça da mala no canto
      A mala estende seu manto na sala
      A sala se cala no canto da mala
      Mil olhos se flecham no canto da sala
      Da sala

      Sentado, sentido, ouvido, perdido
      Comovido, comedido, com que digo, consentido
      Áspera a espera
      Aspirina, aspirando, respirando, suspirando
      Vendendo, vendado, vedando

      Pisca, piscando, preguiça, na sala, na mala
      Fumaça azul, luz, luz e lágrimas
      No nicho, no luxo no lixo
      Num minuto escuto, lato e luto
      Vendo, só vendo, sorvendo, vendendo
      Vendido na mala perdido
      Num canto da sala

      Voz mansa de criança
      Dança e trança a esperança
      No embalo da mala, embalagem vendendo
      Vedando, minhas portas, meus sentidos
      Minha chave, meu segredo, mil cuidados, não ter medo
      Pisca, pisca, em ti e em mim, coisas assim
      Coisas assim e edcétera
      E edcétera, e edcétera
  • HISTÓRIA DO DISCO
    • Texto da Capa Interna Dupla -1 - (Ednardo e Rodger Rogério). Impossível dizer como tudo começou. Poderíamos partir dos shows do Instituto de Física da Universidade Federal do Ceará (1965). Poderia ser a Escola de Arquitetura, que tornou-se (1966) o ponto de realização das "tertúlias-etílico-lítero-musical e badernosas". Poderia ser o Bar do Anísio, onde se bebia todas as fossas, todas as alegrias e se aguardava o sol... Poderia também ter começado com os galos e cangaceiros de Aldemir Martins, ou os dragões do Chico da Silva... os contos do Juarez Barroso... teria começado no singular movimento revolucionário, sério, satírico, cultural e de danações em geral da "Padaria Espiritual" (1892-1898), ou ainda na Academia Francesa de Letras (a primeira nacional), ou já mais recentemente no movimento de teatro. Aderbal Jr. - José Humberto - B. de Paiva - Carlos Paiva - João Falcão - Haroldo Serra. O que se sabe, é que, na década de 60, mais especificamente no ano de 1968, deu-se uma avalanche de poesia - Yeda Estergilda - Brandão. De música e pintura. Uma verdadeira algazarra de criação. A partir daí, a ânsia de mostrar, de registrar. As peças e os shows ficavam restritos quase que completamente ao âmbito da Universidade. Braguinha - Rodger Rogério - Edson - Petrúcio - Dedé - Augusto Pontes (a quem pertencem as palavras da capa deste disco e as que encerram este texto), Fausto Nilo - Pepe. Começou-se a "inventar" as caravanas culturais para o interior, para outros estados e até para o exterior. Cláudio Pereira - Antonio Carlos - Sérgio Pinheiro. Descobriu-se o apelo popular dos festivais de música - "Festival do G.R.U.T.A." , "Festival de Música Popular - Aqui do Canto" - "Festivais Nordestinos de MPB" - e daí, aos programas de televisão. (TV Ceará - Canal 2) e então a vontade de Rio e São Paulo. Luiz Fiúza - Ricardo Bezerra - Lauro Benevides - César Rousseau - Pretextato - Gustavinho - Tânia Araújo - Xica - Alba - Olga - Tetty - Manoel Ferreira - Ray Miranda - Amelinha - Fatinha - Vavá - Cirino - Fagner - Jorge Mello - Ednardo - Belchior - Sérgio Costa - Augusto Borges - João Ramos - Miguel da Flauta - Descartes - Gonzaga Vasconcelos - Neide Maia - Mauro Coutinho - Ivan Prudêncio - Guilherme Neto (Guiba) - Paulo Limaverde. Os anônimos e os esquecidos. Todos esses nomes também fazem parte do "Pessoal do Ceará". Uns ficaram, outros saíram. Alguns para Rio-São Paulo, outros, optaram por uma estada em Brasília ... Mesmo que digam que não, Lauro Maia e Luiz Assunção estão neste disco. Texto da Capa Interna Dupla - 2 - (Augusto Pontes) "Meu corpo, minha embalagem, todo gasto na viagem. Enfim comemos muito a cultura nacional e sempre querendo que a "comida" fosse melhor. Continuamos nesse banquete, mas, começamos a botar os pratos na mesa, para distribuir o nosso angu ..." ___________________________________________________________________________________________________________________________ Texto da Capa Interna Dupla -3 - (Walter Silva). Era um sábado. Sábado à tarde e o rádio mostrava uma das mais inteligentes entrevistas. Nela, Júlio Lerner mostrava ao público de São Paulo um novo grupo. Como não houvesse uma marca, ainda para esse grupo, ele era designado a cada intervalo como Pessoal do Ceará. E no dia seguinte já moravam nos ouvidos da gente a nova informação e o quase susto que as composições e as interpretações dos meninos nos passara. O mesmo produtor levou-os à televisão, onde o grupo tomou parte num dos mais inteligentes programas de São Paulo: "Proposta". Apresentados ao grupo por Moracy Do Val, adotamos a "cidadania musical" cearense de hoje. E eis o disco pronto. Nosso trabalho foi todo feito com o mesmo amor e carinho como se tecem os lindos bordados que esta capa estampa. Ponto a ponto movidos pelos bilros da amizade fomos nos juntando. Hareton Salvanini, este excelente maestro-cantor-compositor que até agora, vinha trabalhando em publicidade e em trilhas sonoras para cinema e televisão, também juntou-se a nós e como eles faz aqui a sua estréia em disco ... a renda vai ficando cada vez maior, que só será completa se você também entrar nela. Rodger Rogério e Tetty, são casados e pais de dois lindos filhos. Ele professor de Física da USP, não aparenta os vinte e oitos anos que tem. Ela, com aquela voz pequena e incrivelmente afinada, é a "estrela" deste grupo. Todos os desvelos são para Tetty, importante revelação musical deste ano. Ednardo é talvez, o mais habituado com as transas todas do ambiente, uma vez que até produção de programas musicais já fez. Tem vinte e sete anos e tem mais identificação com o grande público, ao primeiro ouvir, por serem suas obras agitadas e comunicativas, nem porisso menos importantes do que as do Rodger Rogério. O Pessoal do Ceará, não é um conjunto vocal. É um grupo de novos mensageiros que, cada um à sua maneira, dá o recado mais importante desta temporada. PS.: INGAZEIRAS foi feita para Aldemir Martins. A MALA foi gravada exclusivamente por Tetty e Hareton que toca piano, órgão, sintetizador e faz o vocal inicial. Em BEIRA-MAR note-se a participação de Tetty. Nota - Aura Edições - Por decisão da gravadora, sem conhecimento dos artistas e editores, nos lançamentos das fabricações posteriores, este disco com o mesmo repertório original e artistas, possuem títulos de capas e artes gráficas diferentes. No disco original o título é: "Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem - Pessoal do Ceará". Nos posteriores, os títulos de capa e artes gráficas são: "Ednardo E o Pessoal do Ceará"; e "Ednardo - Ingazeiras - E o Pessoal do Ceará". Ao indagarmos sobre mudanças de artes gráficas e títulos de capa, a gravadora informou que o contrato da gravadora com artistas, prevê possibilidade de alteração de arte gráfica e títulos das capas a seu exclusivo critério, em relançamentos...

BERRO
  • FICHA TÉCNICA
    • Gravação Original - RCA Victor - 1976 1030163 Lançado em CD pela BMG - 2001 7432180304-2

      FICHA TÉCNICA
      Direção Artística - Osmar Zan
      Produzido por Vanderley Zandomenighi
      Coordenação - Marcelo Duran
      Produção - Antonio de Vicenzo
      Técnicos de Som - Edgardo Rapetti / Stélio Carlini / Walter Lima
      Mixagem - Edgardo Rapetti
      Corte - José Oswaldo Martins
      Fotos - Mario Luiz Thompson

      MÚSICOS
      Arranjos - Ednardo / Mário Henrique
      Hareton Salvanini em "Vaila"
      Ednardo / Mário Henrique / Cirino em "Classificaram"
      Violão / Piano - Ednardo
      Violão - Cirino
      Acordeon / Órgão - Edson Távora
      Violas - Heraldo do Monte / Manassés / Antenor
      Guitarra - Frederico Fredera
      Cavaquinho - Poli
      Contra Baixo - Mário Henrique / Gabriel Bahlis em "Vaila"
      Bateria - Murilo
      Percussões - Eduardo Nazário / Rubens de Souza (Rubão)
      Flauta transversal / flauta doce / Sax Tenor - Isidoro Longano (Bolão)
      Flauta Transversal - Sion
      Oboé / Corn Inglês - Francesco Pezzela
      Pistons - Botinão / Felpudo
      Trombones - Arlindo / Bill
      Cordas - Elias Sion / Caetano Fineli / Gisbert Izquierdo / Jorge Salin
      Mário Tomasoni / Felix Ferrer / Sbarro / Paulo Lattaro
      Michel Perez / Yoshitame Fukuda / Loriano / Flábio Russo / Nadir / Renato
      Coro - Eloá / Verinha / Lurdinha / Maria Aparecida

      Texto da Contra Capa
      O eterno é embaraçoso e difícil / A fugacidade das coisas me fascina e me mete medo / Mas eu sei que existe sempre um recomeçar / Assim como recomeça o mar no levante das ondas / Então se no peito de cada um existe o incontido berro / Pra que ser só ouvidos? / No espelho desse passado, minha imagem não contente em somente horrorizar-se com as rugas / Quebrou o cristal em muitas arestas / Onde cada uma dela, dá um tipo de corte / Que é um tipo de festa ou um tipo de fresta / Por onde escapo da morte / O eterno é embaraçoso e difícil / A fugacidade das coisas me fascina e me mete medo / Mas eu sei que, onde se imagina fim de caminho / Está plantado o marco de uma nova e possível estaca zero.
      Ednardo
  • BERRO
    • Ednardo

      Os novos, os novos
      Corações aos pulos
      As novas, as novas
      Transações e sustos
      As velhas câmeras não fotografam minha emoção
      As velhas câmeras não fotografam minha emoção

      Sentados num banquinho alto
      Microfone e violão
      Quilografados comportadamente, somos umas vacas
      Retalhados neste açougue, atenção!

      Os novos, os novos
      Patins, coxão e filé
      As velhas coisas
      Pelancas, ossos, quem quer?
      Do boi só se perde o berro
      Só se perde o berro e é
      Justamente o que eu vim apresentar
      Justamente o que eu vim apresentar

  • ARTIGO 26
    • Ednardo

      Intr : (G,F)
      (G,F)
      Olha o padeiro entregando o pão, de casa em casa, entregando o pão
             F
      menos naquela, aquela não
      G                      C     D G
      pois quem se arrisca a cair no alçapão
      G                       D
      Anavantú, anavantú, anarriê
              C         D           G
      nêpadêqua, nêpadêqua, padê burrê
                       G7        C
      iguali tê, fraterni tê e liber tê
              D                        G
      merci bocu, merci bocu não ha de que
      (G,F)
      Rua Formosa, moça bela a passear palmeira verde e uma lua a pratear
                F                     G
      e um olho vivo, vivo, vivo a procurar
                           C     D G
      mais uma idéia pro padeiro amassar
      (G,F)
      Você já leu o artigo 26 ou sabe a história da galinha pedrês
              F                            G
      e me traduza aquele roque para o portugûes
                         C         D G
      a ignorância é indigesta pro freguês
      (G,F)
      Você queria mesmo, ser um sanhaçú fazendo fiu e voando pelo azul
                F                              G
      mas neste jogo lhe encaixaram, e é uma loucura
                              C            D G
      lá vem o padeiro pão na boca é o que ti cura

  • FRANCISCANA
    • Ednardo / Roberto Aurélio

      Ô Chica de cana chinela
      Chacoalha o chocalho
      Xarope pra Chica sair num pinote
      Cantando à galope na beira do mar

      Ô Chica de cana chinela
      Chacoalha o chocalho
      Xarope pra Chica sair num pinote
      Cantando à galope na beira do mar

      Franciscana cinzenta, cinzana Francisca
      Franzida na cinta com fita de chita
      O cheiro pimenta de alho cascalho
      O choro no molho de folha cidreira
      E o malho no mundo
      E o mundo na boca
      E este chove e num molha

  • PASSEIO PÚBLICO
    • Ednardo

      (G Bb C G/D Am G)

      G                     Bb
      Hoje ao passar pelos lados
                    C          G/D Am G
      Das brancas paredes, paredes do forte
      G                Bb              C
      Escuto ganidos, ganidos, ganidos, ganidos
         G/D Am G
      Ganidos de morte
      Gm            Gm7
      Vindos daquela janela
       Gm               D7
      É Bárbara, tenho certeza
       Gm                 Gm7
      É Bárbara, sei que é ela
      Gm                  D7
      Que de dentro da fortaleza
      G                  Bm
      Por seus filhos e irmãos
             C       G/D Am G
      Joga gemidos, gemidos no ar
      G                         Bm
      Que sonhos tão loucos, tão loucos, tão loucos
           C        G/D  Am   G
      Tão loucos foi Bárbara sonhar
      Gm                  Gm7
      Se deixe ficar por instantes
       Gm              D7
      Na sombra desse baobá
       Gm                   Gm7
      Que virão fantasmas errantes
      Gm                D7
      De sonhos eternos falar
      G                 Bm
      Amigo que desces a rua
               C              G/D Am  G
      Não te assustes, não passes distante
      G                    Bm
      Procura entender, entender
                    C
      Entender o segredo
         G/D   Am    G
      Desse peito sangrante

  • LONGARINAS
    • Ednardo

      Faz muito tempo que eu não vejo o verde
      Daquele mar quebrar
      Nas longarinas da ponte velha que ainda não caiu
      Faz muito tempo que eu não vejo o branco
      Da espuma espirrar
      Naquelas pedras com sua eterna briga com o mar

      Uma a uma as coisas vão sumindo
      Uma a uma se desmelinguindo
      Só eu e a ponte velha teimam resistindo
      A nova jangada de vela
      Pintada de verde e encarnado
      Só meu mote não muda
      A moda não muda nada

      O mar engolindo lindo
      A antiga praia de Iracema
      Os olhos grandes da menina lendo os meus
      O meu mais novo poema
      E a lua viu desconfiada
      A noiva do sol com mais um supermercado
      Era uma vez meu castelo entre mangueiras
      E jasmins florados

      E o mar engolindo lindo
      E o mal engolindo rindo
      Beira mar ê , ê Beira mar
      Ê maninha, ê maninha
      Arma aquela rede branca
      Arma aquela rede branca
      Arma aquela rede branca
      Que eu vou chegando agora

  • ABERTURA
    • Ednardo

      Alguém colocou um novo ingrediente na ração
      E no pacato terreiro formou-se enorme confusão
      Eu já desconfio que essa algazarra em alguma vai dar
      Pois a bicharada toda do terreiro
      Já tem outra maneira de cantar

      Quém, quém, quém, pó dó pó
      Corocó-có có có có
      Pó pó pó pó pó o Pato

      Porque todo o pato
      Tem que cantar alegremente
      Alegremente cantar o pato e toda a gente
      Alegremente o pato é
      Alegremente o pato está no tucupí no tacacá
      Comeram o pato

  • VAILA
    • Ednardo / Brandão

      Belo este corpo belo nu com entretelas
      Te de metal levas
      Cans cansado
      Belo este corpo belo nu com entretelas
      Te de metal levas
      Cans cansado

      Fetabre es esta febre solta
      Fetabre es esta febre solta
      Vobe turno savadale canscansada levas
      Cabelos turvos

      Lírica esta orgia lenta
      Lenta húmus e cristal
      Lírica esta orgia lenta
      Lenta húmus e cristal
      Zir (zsh) sisudo torto
      Não, não, sisudo morno
      Torto impecável mão e gesto
      Lá vai, lá vai lá
      Vaila
      Baila
      Baila

  • CLASSIFICARAM
    • Ednardo / Brandão

      Classificaram se classificaram
      Se ficaram classe
      Classigualaram, classiportaram, classiscutaram
      Classi, classi si classificaram
      Ficaram sem de sem
      De se, de sem
      De si, de juventude
      E aventura de si, de sem, de se avontadar
      Em For qualquer cor po quer lugar
      Em For qualquer cor po quer lugar

      Pra ver o há inda há ou que é que há de há
      Pra ver o há inda há ou que é que há de há
      Há de há
      Basta o lam pejo inda inquietarde
      Ou coragem de se espeda sarar
      Basta o lam pejo inda inquietarde
      Ou coragem de se espeda sarar
      Em qual sonho sacri quersofício
      Em qual sonho sacri quersofício
      Basta o lam pejo inda inquietarde
      Ou coragem de se espeda sarar

  • PADARIA ESPIRITUAL
    • Ednardo

      Nessa nova padaria espiritual
      Nessa nova palavra de ordem geral
      Eu faço o pão do espírito
      E você cuida do delito
      De comer, de comer
      Onde e como cometer
      De comer, de comer
      Onde e como cometer

      Coma tudo, tudo o que você puder
      Arrote e coma você mesmo até
      Consuma tudo em suma
      Definitiva e completamente
      Na destruição somente deste absurdo aniquilamento
      É que talvez surja um outro novo momento
      Na destruição somente deste absurdo aniquilamento
      É que talvez surja um outro novo momento
      Um outro novo momento
      Um outro novo momento

  • SONIDOS
    • Ednardo

      Cantando o catavento cala o tempo
      Que incessantemente roda, gira sem perdão
      Gemendo o catavento chora ao vento
      Que inocentemente passa a vida em suas mãos

      Teus cabelos graúna, tentando o vôo
      Tremendo as asas e pairando
      Pairando sobre mim
      Teus olhos dois grandes lagos
      Serenos, serenos
      Onde bebo toda a tua sede e me embriago e me enveneno

      Tua boca papoula enfebrecida
      Molhada pelo sereno
      Vermelha, papoula viva
      Tuas mãos uma carícia do vento
      Arrepio, arrepio
      Sofreguidão

      Teu corpo, susto moreno
      Surpresa solta e sonidos
      Sonidos e medo da solidão

  • ESTACA ZERO
    • Ednardo / Climério

      Cada braça de caminho
      Um soluço de saudade
      Toda vereda de roça
      Vai descambar na cidade

      E a gente fica sereno
      Desconhecendo o destino
      E com um sorriso besta
      De quem sabe onde chegar

      Em cada prédio ou palmeira
      Luz de neon ou luar
      Elevador, capoeira
      A gente vai se assustar

      Mas faz de conta que sabe
      Que tem um canto da estrada
      Chamado estaca zero
      Onde a gente pode dizer
      O rumo que quer tomar

      Cada braça de caminho
      Um soluço de saudade
      Toda vereda de roça
      Vai descambar na cidade


O AZUL E O ENCARNADO
  • FICHA TÉCNICA
    • Gravação Original LP - RCA Victor - 1977 Lançado em CD - BMG - 2001 743218304-2

      FICHA TÉCNICA
      Direção Artística - Osmar Zan
      Produção e Direção Musical - Ednardo
      Técnicos de Gravação - Edgardo Rapetti / Walter Lima
      Mixagem - Edgardo Rapetti / Ednardo
      Capas e Encarte / Desenhos - Fausto Nilo / Dado / Maxim
      Foto - Mario Luiz Thompson

      MÚSICOS
      Arranjos - Ednardo com ajuda de Mario Henrique
      e palpites de Robertinho de Recife e Túlio Mourão e Murilo
      Hareton Salvanini em "Maresia"
      Violão e Percussões - Ednardo
      Guitarra / Viola Portuguesa / Cítara - Robertinho de Recife
      Baixo e Percussões - Mário Henrique
      Piano e Teclados (arp strings) - Túlio Mourão
      Viola de 10 cordas em "Maresia" - Manassés
      Flautas Transversal e Bloch - Isidoro Longano - (Bolão)
      Cordas - Elias Sion / Caetano Fineli / Gisbert Izquierdo / Jorge Salin
      Mário Tomasoni / Felix Ferrer / Sbarro / Paulo Lattaro
      Michel Perez / Yoshitame Fukuda / Loriano / Flábio Russo / Nadir / Renato
      Bateria / Ritmos / Percussões - Murilo
      Percussões - Mauro
      Coro: Coral da Eloá / Canarinhos Liceanos (de Petrópolis)
      Vozerio - Rosane Limaverde / Robertinho de Recife / Mário Henrique / Ednardo
      Vocal - em "Pastora do Tempo" - Fagner

  • ESTÁ ESCRITO
    • Ednardo

      Está escrito
      No grande livro da sabedoria popular
      Que primeiro se deve viver
      Que é pra depois poetar
      Que primeiro se deve viver
      Que é pra depois poetar

      Se arme de amor e coragem
      Que a minh'arma eu nunca embainho
      Se arme de amor e coragem
      Como a rosa se arma no espinho
      Na tragédia, poesia, na prosa
      Tem picada feroz e carinho
      Se arme de amor e coragem
      Que a minh'arma eu nunca embainho
      Que a minh'arma eu nunca embainho

  • PASTORA DO TEMPO
    • Ednardo
      EDNARDO - (particip. especial vocal - Fagner)
      O cavaleiro do medo
      Usa do ouro a razão
      Pra ofuscar os meus olhos
      E confundir minha emoção
      Não sabe que a luz que me guia
      É da estrela que irradia
      A linda pastora do tempo
      Que guarda o meu povo eterno
      E livre o meu pensamento

      Quem faz a história da vida
      Com ela rompeu as entranhas do chão
      Quem quer saber do que está escondido
      Procura no fundo dos olhos do povo
      E dentro do seu coração
      Vão com o vento as palavras
      São como pombos-correio
      Mas estão sempre atrasadas
      Pois o seu vôo é lento
      E o meu pensamento é ligeiro

  • SOMOS UNS COMPOSITORES BRASILEIROS
    • Ednardo

      Somos uns compositores brasileiros
      E como você é, é a nossa canção
      Somos uns compositores brasileiros
      Like you, nossa voz

      Aprendemos com a classe média
      Que vida vira um tédio
      Sem a televisão
      Aprendemos com a alta classe
      A gostar do vinho
      E a comer faisão

      Somos uns compositores brasileiros
      Like you, nossa voz
      Mas quem me ensinou essa tristeza
      Sangra coração

  • BOI MANDINGUEIRO
    • Ednardo / Brandão

      Boi mandingueiro que vem lá do Maranhão
      Viajando de terceira
      Nos ombros do caminhão
      Boi mandingueiro que vem lá do Maranhão
      Viajando na canseira
      Nos braços do caminhão

      Chegando de madrugada
      Na chapada de cimento
      Procurando com os olhos
      O que não é fingimento
      Assustado de ver o medo
      No olhar do companheiro
      Procurando saber do segredo
      Desse curral grande de gado sem boiadeiro

      Dorme no chão
      O silêncio do boi mandingueiro
      Dorme no altar
      A dança desse boi mandingueiro
      Dorme na praça
      A saudade do boi mandingueiro
      Na biblioteca
      Olha o chifre do boi mandingueiro
      E na escola
      Dorme a pinta do boi mandingueiro
      E lá no alto
      Tá tudo que é do mandingueiro
      Tudo que quer ser mandingueiro
      E não vê o mandingueiro chegar
      Tudo que quer ser mandingueiro
      E não vê o mandingueiro passar
      Com seu colar de prata
      Com sua pinta preta
      Com seu requebrado
      Fazendo uma careta

  • CHEROS E CHOROS
    • Ednardo

      Quando você pisca seus olhos
      E tenta me envolver em sua teia
      Quando você me mostra seus fatos
      E faz de minha vontade o papel
      Onde escreve seus recados

      Quando você me faz escutar
      Sua voz acima do meu próprio medo
      É que percebo como é perto
      Do ódio, o amor que lhe tenho
      Eterno drama desse segredo

      Mas meu coração não se aflinge
      Com essa louca incoerência
      Que existe dentro dele
      Pois por muito ter vivido de paixões
      Quase nada sabe delas

  • RECEITA DA FELICIDADE
    • Ednardo

      Ultimamente ando as vezes preocupado
      Vendo as caras tão risonhas das crianças
      Nas fotos dos anúncios
      Nos cartazes da parede
      Dando idéias que algo vai acontecer
      É receita certa pra sensibilizar
      Pra esconder, pra mentir ou pra vender
      Veja as caras tão risonhas
      Tão lindinhas, tão risonhas
      Nos jornais, nas paredes, nas tv's

      Eu não gosto desses dedos que me apontam
      Eu não gosto dessas frases que me dizem
      -"O futuro deles está em suas mãos..."
      Pois é seu Zé, sei não

      Não esqueço que algum dia fui risonho
      Com u'a carinha bonitinha pra valer
      Quem guardou o meu futuro
      Quem guardou o meu futuro
      Quem guardou o meu futuro - me dê

  • COMO É DIFÍCIL NÃO TER 18 ANOS
    • Ednardo

      Com é difícil não ter 18 anos
      Como é difícil não ter 18 anos
      E percorrer a via sacra do meu corpo
      Sem essa inocência que me guarda

      E acreditar que eu escolho a minha roupa
      E acreditar que eu escolho os meus ídolos
      E acreditar que ainda sonho os meus sonhos
      E pensar que eu mando em vida
      E achar que mesmo assim o céu é azul

      Com é difícil não ter 18 anos
      Como é difícil não ter 18 anos
      E guardar a semente da esperança
      Nas canções que aprendi assim

  • ARMADURA
    • Ednardo

      Mistura os frutinhos da mata
      Com o canto da juriti
      E me dá um abraço acochado, morena
      Que fale o teu amor por mim

      E deixa o dia amanhecer
      E deixa a barra clarear
      Que o nosso suor com o sol do segredo
      Nos deram armadura contra o mal e o medo

      Herdamos um chão
      Mas no entanto pra o caminho ser nosso
      Temos que pisar
      E o que faz o meu passo ligeiro
      É o fruto da espera
      Que brilha em nosso olhar

  • MARESIA
    • Ednardo

      A calmaria da cidade é geral
      É geral, é geral
      E a maresia que molhou a minha pele
      Rimou com a canção pra este carnaval
      Nada me resta a não ser tua beleza
      E a incerteza do que vai ser de mim
      Por isso basta dessas coisas sérias
      Fica combinado se cantar assim

      Ó meu amor que fazes aí parada
      Se tu tens toda a calçada
      E o mundo pra correr, pra correr
      Cuidado que a morte abriu a janela
      Hoje mesmo eu passei por ela
      E vim depressa te dizer
      E vim depressa te dizer

  • FÊNIX
    • Ednardo

      Fluindo, o sonho, a sina e o som
      brotando da minha boca
      Esculpindo no barro moreno do corpo
      o ferro brutal da vida
      Negando o frágil sopro do corpo
      com o duro cinzel do espírito
      Inventando o necessário movimento
      movimento necessário invertendo
      pra não estar morto
      Xaxando, sambando, frevando
      ou sem saber dançar direito
      renascer das cinzas

  • FIO DA MEADA
    • Ednardo

      E quem perdeu o fio da meada
      Será que pode parar sem sentir nada
      E quem perdeu o fio da meada
      Será que vai parar sem sentir nada

      No meio do tempo ficou
      O meio da gente parado
      Metade de um lado e do outro
      Contra-metade, viu

      No meio da corda do tempo
      O meio do pé no espaço
      Metade da sombra do grito
      Meia cidade, viu

      Metade da asa do anjo
      Um olho, chifre e narina
      Meio-dia, meia aspirina
      Meio copo d'água e limão
      Meio fio, meia sereia
      Meia lua, meio sermão
      E quem perdeu o fio
      E ficou no meio, ficou no meio
      Ficou no meio, ficou

  • IDÉIAS
    • Ednardo

      Porque esta vida
      É sempre um desfilar safado de idéias
      E neste jogo, eu não escondo o jogo
      E jogo até a minha
      A minha cara já não aguenta
      De tanto supapo e papo e papo
      Tem sempre alguém
      Vendendo o mesmo peixe
      Dizendo que é fresco
      Será que alguém já desconfiou
      Como eu desconfio
      Que sempre se repete, se repete, se repete
      Mas pouca gente cria


CAUIM
  • FICHA TÉCNICA
    • WEA / Warner - 1978 - LP - BR 36.074 Lançado em CD Warner Music - 082 741418-2

      FICHA TÉCNICA
      Direção Artística - Marcos Mazola
      Produzido por Guti Carvalho
      Técnicos de Gravação - Carlos Duttweller / Vitor
      Estúdio de Gravação - Transamérica - Rio de Janeiro
      Mixagem - Guti Carvalho / Carlos Duttweller / Ednardo
      Assistente de Produção - Gastão
      Auxiliares de Estúdio - Franco / Cláudio
      Capa e Desenhos - Brandão
      Foto da Capa - Mario Luiz Thompson
      Foto da Contra Capa - Francisco Régis
      Arte Final - Ruth Freihof

      MÚSICOS
      Arranjos - Ednardo / Pepeu Gomes / Wilson Cirino
      Violões - Ednardo / Pepeu Gomes / Wilson Cirino
      Violão Sétimo - Waldir (Novos Baianos)
      Guitarra Acústica - Pepeu Gomes (Novos Baianos)
      Bateria - Jorginho (Novos Baianos)
      Contra Baixo - Luiz Carlos Tolentino - Ife
      Baixo Tuba - Teles
      Percussões - Sérgio Boré / Jorge José

      Todas Músicas Editadas por - Aura Edições Musicais Ltda.
      Exceto: Rasguei o teu retrato

      Nota - Aura Edições Musicais - Acima o detalhe gráfico da capa dupla interna do LP, desenho do parceiro Brandão. Este disco gravado em 1978, no auge das discotecas, música eletrônica e eletrificadas, foi um dos primeiros discos desta geração artística brasileira, utilizando somente instrumentos acústicos.
  • CLAREOU
    • Ednardo

      Clareou, clareou, clarear
      Zarpou a barca menina
      Todos querem navegar

      O horizonte segreda
      Querendo a barca do dia
      E eu que me quero vento
      Canto canções maresia
      Roendo a cruel cadena
      Que ancora a nau da alegria
      Enquanto brinco de brisa
      Nos cachos de minha pequena

      Clareou, clareou, clarear
      Zarpou a barca menina
      Todos querem navegar

      As canções estão soltas no ar
      E sendo vento eu quero cantar
      Por destino, ofício, ou paixão
      Assobio entre as pedras que guardam
      Ouvidos atentos
      E choro de tão contente
      Se o fogo vejo espalhado
      Clareando o infinito espaço
      Do pensamento

  • MEU VIOLÃO É UM CAVALO
    • Ednardo

      Meu violão é um cavalo
      Bicho afoito, livre e ligeiro
      Meu violão é um cavalo
      Bicho afoito, livre e ligeiro
      Sem rédea, sem eira, nem beira, nem cela
      Meu companheiro, só te conquiste aquele
      Que no galope das cantigas
      Usa o chicote dos versos
      Abrindo claro caminho
      Pro homem, seu passageiro

      Quando monto teu pelo nu
      E me agarro em tuas crinas
      Quando monto teu pelo nu
      E me agarro em tuas crinas
      Sou ponta furando a vida
      E por ser a que vai na frente
      É a primeira a se gastar
      Mas todo entrave é o atrito
      Onde novamente a ponta da faca vai se afiar

      Sou cantador de um incêndio maior que o fogo do sol
      Sou cantador desse incêndio maior que o fogo do sol
      Porque transformo e transmito
      Qualquer dor que me deixa
      Um travo amargo, a voz rouca
      Toda a paixão que devora
      Minha emoção como louca
      Toda alegria que abre um largo riso em minha boca
      Num instante uma cantiga

      Sou cantador dos açudes, dos rios e oceanos
      Percorro a terra e os ares
      Sem ter o rumo traçado
      Qual feito nuvem cigana
      Ferro com minha palavra violão e cantoria
      A vida e seus desenganos
      Ferro com minha palavra violão e cantoria
      A vida e seus desenganos

  • AMOR DE ESTALO
    • Ednardo / Brandão

      Amor de estalo eu para e falo claro
      Entre nós dois existe a coisa rara
      Aquilo raro e preso ao meu sentido
      Como o vento que vem sem se deter

      Nada parado, nada seguro, nada infinito ou puro
      Nada parado, nada seguro, nada infinito ou puro
      Nada parado, nada seguro, nada infinito ou puro

      Nada é parado, nada é seguro, nada é infinito ou puro
      Nada é parado, nada é seguro, nada é infinito ou puro

  • DUAS VELAS
    • Ednardo / Brandão

      Foi uma noite um mar, um musical noturno
      O sopro de um vento incontrolado
      Teu corpo desmanchado pelo frio
      Recebeu o meu

      Espinhos de um silêncio que resiste
      Morrendo de queimar e não ser triste
      Duas velas se tocaram
      Devorando a escuridão
      E a vida inteira com um só clarão

      Não quero a ambição de retomar a estrada
      Que estragou esse teu espanto
      Espero nunca ter que te lembrar
      Que ainda sinto o fogo na garganta

      E ainda estou vagando como um raio
      Que trêmulo pelo céu ficou parado
      Desprezo o meu passado e nunca saio
      Pensando em te encontrar e reviver

  • RENDADOS
    • Ednardo / Tânia Araujo

      A tarde quente, a varanda
      Cadeira de balançar
      No rosário u'a outra reza
      Pra fazer o tempo passar
      Toda gente tem seu dia
      Rede, rumo, romaria
      Pelas terras de sonhar
      A manhã finda e na tarde
      Nos olhos de tanta estrada
      O pó de arroz, a poeira
      Ensaiando escuridão
      Pelo rosto de Luzia,
      Rendados, sombras vazias
      Carinho, canto e clarão
      É fogo ou vereda escura
      É sede e tanta água pura
      Pelas terras de sonhar
      Rios de tanta secura
      Sons apagados no peito
      Tange em mares o verdume
      Sonho, luz, ladeira e lume
      Brilhava nos olhos dela
      Aquela luz que fugia
      Labareda, luto ou luta
      Que de repente sumia
      Mas antes de ser escuro
      Mil coisas de amor dizia
      Mas, veio o verão, sol novo
      Nas sombras da garrancheira
      Renda estendida no chão
      E junto a flor que outrora havia
      Luzia é luz ou clarão?
      Meu braço vestiu seu corpo
      Seu amor despiu meu medo
      Mas inda nos olhos dela
      Aquela luz que fugia

      A tarde quente, a varanda
      Cadeira de balançar
      No rosário uma outra reza
      Pra fazer o tempo passar
      Toda gente tem seu dia
      Rede, rumo, romaria
      Pelas terras de sonhar

      Rosário e nas rezas fica
      Zeca, tu lembra a Luzia?
      Qual? Aquela que pegou um filho
      De não sei quem, de não sei quem
      Rede, rumo, romaria
      Pelas terras de acordar

  • CAUIM
    • Ednardo

      Rainha preta do maracatu
      Nesse teu rosto de falso negrume
      Morre de gozo na renda do sol
      No pano feito pelos fios d'água
      Desse véu de noiva: bica do Ipú

      Como uma princesa sertaneja e aflita
      Num gosto vivo de suor e sal
      Te entregarás em meus braços rijos
      De sangue luz e de sabor letal

      E eu um índio pronto para as flexas
      Dos arcos tesos de uma caçada incerta
      Monto no sopro do aracati
      Tonto de espanto, de amor e cauim
      Sou nau sem rumo
      Em teu ardor imerso

      E eu serei cego, como um violeiro cego
      Que enxerga a vida sensitivamente
      E tem na pele um olho mais agudo
      Que o meu punhal de ponta
      Em teu corpo quente

  • BLOCO DO SUSTO
    • Ednardo

      Menina, eu acordei com uma saudade
      Não sei de que no meio do carnaval
      Nem é quarta-feira de cinza, ainda
      Mas meu corpo não dança
      E aquilo que eu canto
      Não me invade natural

      Assim, não há carnaval que aguente
      Com tanta tristeza presente
      E eu quero é despencar
      Despencar, despencar

      Chove chuva alegria do céu
      Lava o bloco do susto
      Que a boca do povo
      Cantará de novo
      Um frevo bem legal

      Canta, canta, faz um escarcéu
      Mata a tristeza de susto
      Te saca da Silva
      Inventa a saída
      Inventa, inventa Juvenal

  • É CARA DE PAU
    • Ednardo / Brandão

      É cara de pau
      E você acha que eu posso fazer
      Muito mais do que eu fiz
      Ajudei essa louca a viver
      E ela mesma é quem diz
      Que quer me ver frito
      Que quer me ver morto
      Estendido no chão
      Pus o bagulho de lado quebrei o estrado
      E toquei fogo no colchão

      A gente se amarra, aconselha os pivetes, faz até oração
      Porém chega um dia que se toma uma beer
      E que também se faz, a nossa confusão
      Ora tenha paciência, quer me ver andar duro
      E com toda a decência
      Mas em sã consciência
      Qualquer malandro manja
      Essa falsa inocência

  • TEREZINA 40 GRAUS
    • Ednardo

      Troca que troca que troca
      Lembranças
      Contra corrente do rio,
      Vai vapor
      Que também sem ti
      Posso navegar
      E cada instante de rio
      Me afasta
      De cada saudade do mar
      De cá, dá saudade do mar

  • CANÇÃO DOS VAGALUMES
    • Ednardo

      Cada um carrega sua esperteza
      Cada um carrega sua certeza
      Ái como é duro o fardo da tristeza
      Que cada um carrega

      Cada qual mostra a sua fortaleza
      Cada qual mostra a sua beleza
      Ái como é duro o fardo da tristeza
      Que cada um carrega

      Iguais estamos nessa natureza
      Iguais mantemos nossa chama acesa
      Mas cada qual fala com clareza
      Da luz que cada um encerra


EDNARDO
  • FICHA TÉCNICA
    • CBS - Epic - 1979 Ednardo - LP 235029 / Mini-tape - 15817
      Sony Music - 1998
      Ednardo - Série Autêntico - CD

      FICHA TÉCNICA
      Direção de Produção e Estúdio - Ednardo
      Assistente Produção Artística - Rogério Crato
      Técnico de Gravação - Toninho Marron
      Mixagem - Wilson
      Montagem - Alencar
      Gravado nos Estúdios Transamérica - Rio de Janeiro
      Fotos - Gentil Barreira
      Desenho - Brandão
      Arte - Carlos Enrique M. de Lacerda
      Direção de Arte - Géu

      MÚSICOS
      Arranjos - Ednardo
      Violão e Piano e Teclados - Ednardo
      Sanfona - Dominguinhos
      Piano - Petrúcio Maia
      Guitarra e Viola de 12 - Manassés
      Guitarra - Robertinho de Recife
      Guitarra e Viola de 10 - Gerardo Gondim
      Pífaros - Pachelli Jamacarú
      Cavaquinho - Toninho Marron
      Baixo - Luiz Alves / Ife / Décio Crispim / Luiz Miguel
      Bateria - Tuti Moreno / Elber Bedak
      Percussões - Sérgio Boré / Zizinho
      Participações Especiais nos Vocais
      Teti / Vicente Lopes / Simone Gadelha / Ângela Linhares

      Agradecimentos Especiais
      Jairo Pires / Manoel Magalhães / Dudu (Transamérica) / Augusto Pontes

      Nota Aura Edições - Em 2002 foi lançado pela Sony CD com todas músicas originais do disco Imã (1980) n° 2-479268, mas com arte gráfica e foto da capa do disco Ednardo (1979), da mesma gravadora. Ao constatarmos o equívoco solicitamos correção, a gravadora optou por retirar das lojas este CD.

  • A MANGA ROSA
    • Ednardo

      Am
      A manga rosa, Maria Rosa Rosa Maria Joana
      Dm
      Peitos gostosos rosados, doces
                                  F
      Rosados, doces mama, mama, mamãe
                               C
      Teu sumo escorre da minha boca
                   D7
      Entreaberta a porta
      Por onde entra e por onde sai
                             G     F E
      Por onde entra e sai o mundo, mundo
      Am
      Balança a fronde farta mangueira
                                     C
      E mata a fome morto a fome ou mata, imensa mata
                                            F
      Imensa massa florados caixos de verde amarelou
              Bb                E    Am
      Maduro fruto que pro nosso gozo vem
      Am/G    F      E    Am
      Amem, amem, amem, amem
      Am/G     F      E       Am
      Mamem, mamem, mamem, mamem
      Am/G    F      E    Am
      Amém, amém, amém, amém

  • NUMA BOA
    • (Ednardo / Rogério Soares / Regis Soares / Ife)

  • FLORA
    • Ednardo

      Se eu pudesse pensar em ti
      Sem vontade de querer chorar
      Sem pensar em querer morrer
      Nem pensar em querer voltar
      Essa dor que eu sinto agora
      É uma dor que não tem nome
      Que o meu peito devora e come
      E fere e maltrata, sem matar
      No roçado do meu coração
      Há um tempo de plantar saudade
      Há um tempo de colher lembrança
      Pra depois com o tempo chorar
      Ô Flora, meu sertão florindo
      Aflora o meu peito só
      Teu amor é um fogo, é um fogo
      É um fogo, é um fogo
      Dos teus olhos tição

  • ENQUANTO ENGOMA A CALÇA
    • Ednardo / Climério

        Em         Am                                     Em
      Arrepare não, mas esquanto engoma a calça eu vou lhe contar (cantar)
            Am                         Em
      Uma estória bem curtinha fácil de cantar (contar)
             |          Dm                  Am
             | Porque cantar parece com não morrer
             |
             |                      B7
      REFRÃO | É igual a não se esquecer
             |
             |            E7       A7
             | Que a vida é que tem razão
                  G
      Esse voar maneiro foi ninguém que me ensinou
                  C
      Não foi passarinho
                                           B7
      Foi o olhar do meu amor me arrepiou todinho
                                             E7
      Me eletrizou assim quando olhou meu coração

      REFRÃO

      Dm            Am    B7        E7         A7
      Ai, mas como é triste essa nossa vida de artista
         Dm                        Am
      Depois de perder Vilma pra São Paulo
      B7      E7               A7
      Perder Maria Helena pro dentista

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

  • BRINCANDO É QUE SE APRENDE
    • Ednardo / Dominguinhos

      Elvira do Ipiranga ou do Braz
      Ou da Aldeota, ou de Ipanema
      Ouvir é bom, duvida Elvira
      Duvida Elvira, ouvir é bom

      Elvira do Ipiranga ou do Braz
      Ou da Aldeota, ou de Ipanema
      Falar é bom, duvida Elvira
      Duvida Elvira, falar é bom

      Elvira do Ipiranga ou do Braz
      Ou da Aldeota, ou de Ipanema
      Olhar é bom, duvida Elvira
      Duvida Elvira, olhar é bom

      Elvira do Ipiranga ou do Braz
      Ou da Aldeota, ou de Ipanema
      Saber é bom, duvida Elvira
      Duvida Elvira, saber é bom

  • LUPISCÍNICA
    • (Petrúcio Maia / Augustos Pontes)
      EDNARDO / TETI
  • LAGOA DE ALUÁ
    • Vicente / Ednardo / Climério

      (C C7 F G C)

      C    F     G7                  C
      Uma lagoa nasceu dentro do meu peito
               G7               C
      Pra de noitinha vir a lua espiar
               Bb                     F
      E o meu amor mergulhando dentro dela
              G7                   C
      Nadando nela seus cabelos se molhar
      E7       Am        Bb        F
      Como é bonito ver o meu amor nadar
             G        F G7           C
      Nessa lagoa que nasceu dento de mim
               G7                   C
      Depois notar que de tanto se banhar
                       G7                   C
      Meu amor virou saudade e saiu no meu chorar
                G7                   C
      Se essa lagoa fosse um copo de aluá
           C7         F   G7          C
      Eu vivia dentro dela até me maravilhar
                Am          Bb         F
      E hoje em dia se me "alembro" da lagoa
                  G7                   C
      Sinto que a lua tá morando no meu peito
                 G7                 C
      E o seu clarão é a luz do seu amor
                          G7                      C
      E depois que me encandeia faz a luz do meu olhar
              G7                      C  C7
      E vejo claro que a lagoa que não vejo
                      F            G7           C
      É o gosto desse beijo que não posso mais beijar

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

  • TORPOR
    • Ednardo

      O copo deixado sobre a mesa
      Ainda guarda o sabor
      Da bebida amarga que você deixou
      Figuras esquecidas e antigas
      Perambulam pelo o quarto
      Entre saudades e mistérios de amor

      E essa faca sobre a mesa corta
      Como te cortam os meus versos
      Eu sei, eu sei, eu sei
      Um sol estampado na camisa
      Não aquece um peito aflito
      Gelado e entristecido de torpor

  • DESCONCERTA-TE
    • Ednardo

      Já foi mais, agora é menos
      Mesmo que ainda queira ser muito
      Esse menino caviloso fala à toa dessa alegoria
      Alegre ou triste sempre vamos juntos
      E você não me conhece?

      Mas meu corpo e o meu verbo insiste
      E resiste ao chute dos polidos sapatos
      Que você disfarça em alpercatas de rabicho

      Meus dedos pisados nessa violência
      Sangraram nos gumes das pedras
      Que você nunca sacou
      Sacou, sacou?

      E ainda tocam a desarmonia desse acordar
      E minha voz lampeja nas manhas
      Desse poluído lar
      Luminando raios, luminando raios
      Que antes tarde do que que nunca
      Acontece coração
      Tece e trança tua teia, meu irmão
      Mas desconcerta-te tudo
      Que garante o fácil, a falsa calmaria
      Dessa atitude sadia
      Longe de tudo vadia
      Minha emoção
      Vamos até o fim

  • ARAGUAIA
    • Ednardo

      Quando eu me banho no meu Araguaia
      E bebo da sua água sangre fria
      Bichos caçados na noite e no dia
      Bebem e se banham eles são comigo

      Triste guerrilha companheiro morto
      Suor e sangue, brilho do corpo
      Medo só
      Mas se o corpo desse pó é pó
      Um círio da luz dessa dor
      Violento amor há de voar

  • PELO CORAÇÃO DO BRASIL
    • Ednardo

      (C G/D Am)G

      G         G                                   D
      A gente é mais forte na paz dos teus braços, donzela
                 C      G/D Am     G
      Mas se é preciso - "Se és en la guerra"
         D     C     B
      Eu vi, eu vi, eu vi
      D             C            G
      Quando eu vim viajando pelo o coração do Brasil
         C       G/D Am  G
      Eu vi, que ia ser assim
         D              C        G
      Na lama na luz do momento eu vi
      D     C     G
      Eu vi, eu vi, eu vi
       D              C            G
      Quando eu vim viajando pelo coração do Brasil
         D      C  G/D Am G
      Eu vi, que ia ser assim
           D                   C    G
      Tudo junto de novo, um trabalho novo
          D            C        G
      De verbo, de veracidade do povo
            D        C           G
      Intrigante e inteiro como um ovo
          D     C     G
      Eu vi, eu vi, eu vi
         D           C           G
      Quando eu vim viajando pelo coração do Brasil
          D     C G/D Am G
      Eu vi que ia ser assim
      D                    C
      Cada qual no seu caminho
                     G
      No seu eu cada qual
           D               C
      Cruzando altiplanos centrais
                 G
      Em veloz montaria
             D          C                G
      Ficou claro que clareou o terreiro do dia
         D             C        C    G/D Am G (C G/D Am) G
      E como cheguei primeiro, canteia a cantoria, ah, ah, ah
      G                            D
      Na procissão desses homens nessa guerra
       C   G/D Am G
      Santa Maria Mãe Terra  | BIS
      C    G/D  Am  C    G/D  Am  C    G/D  Am
      Chora de horror, chora de horror, chora de horror
                       D
      E nessa hora Senhora, Nossa Senhora
           C             G/D Am     G
      "Sucite" meus cavaleiros cantantes  | BIS
        C  G/D Am   C  G/D Am
      Quais quixotes, quais chicotes
          C   G/D Am     G
      A estalar em nossos momentos
      C  G/D Am   C G/D Am   C G/D Am   C G/D Am  G
      Ah, ah, ah   ah, ah, ah   ah, ah, ah   ah, ah, ah, ah
      (Cifrada por Kaica, músico paraense)


MASSAFEIRA
  • FICHA TÉCNICA
    • CBS - 1980 LP DUPLO - 144426-7 Mini tape - 23007 Compacto Duplo - GP 974

      FICHA TÉCNICA
      Direção Artística de Produção e Estúdio - Ednardo
      Co-produção - Augusto Pontes
      Coordenação Musical - Rodger Rogério / Petrúcio Maia / Stélio Valle
      Assistentes de Produção Artísticas - Rogério Crato / Dudu Praciano
      Gravado nos Estúdios da CBS - Rio de Janeiro
      Fotos - Gentil Barreira / Lise Torok / Francisco Régis
      Desenhos Gráficos - Brandão
      Arte - Vanda Alves Ferreira
      Direção de Arte - Géu

      Agradecimentos Especiais - A todos que deram fé e força.
      A todos que deram fel e mel.

      MÚSICOS
      Arranjos e Regências - Grupais
      Violões - Ednardo / Rodger Rogério / Sid / Régis Soares / Stelio Valle / Lázaro
      Guitarras - Robertinho de Recife / Manassés / Gerardo Gondim / Will
      Violas - Manassés / Gerardo Gondim
      Bandolim - Zé Maia
      Teclados (Piano) - Ednardo / Túlio Mourão / Petrúcio Maia / Antonio Adolfo
      Alano de Freitas / Ferreirinha (Francisco Casaverde)
      Sanfona - José Américo
      Flautas - Tarcísio / Renato Neves
      Contra Baixos - Ife / Luiz Miguel / Ronald / Lázaro
      Baterias - Tuti Moreno / Rui Motta / Elber Bedaque / Stone
      Percussões - Sérgio Boré / Zizinho
      Coro Massafeira - Ângela Linhares / Ana Fontelles / Mona Gadelha /
      Tânia Araújo / Teti / Zezé Fontelles / Marta Lopes /
      Ferreirinha / Lúcio Ricardo / Graco / Caio Silvio /
      Rogério Soares / Régis Soares / Stone / Vicente Lopes /
      Stélio Valle / Chico Pio / Wagner Costa / Sérgio Pinheiro /
      Alano de Freitas / Calé Alencar / Pachelli Jamacarú /
      Ednardo / Fausto Nilo / Rodger Rogério / Petrúcio Maia.

      Texto da Contra Capa

      Massafeira começou faz muito tempo, até bem antes do que quando se materializou em forma de um grande ajuntamento de som, imagem, movimento, poesia, e muita, muita gente transando tudo isso, numa efervescência febril, bela e loucamente solta durante quatro dias. Era como se fosse o carnaval mudando de data e mais verdadeiro, março de 1979 / Fortaleza.
      De lá pra cá muita coisa aconteceu, inclusive o registro aqui de uma pequena porém significativa parte do que se cantou por lá. Esse espaço extremamente pouco para transmitir e transportar o que se guardou, maturou e explodiu num pique de energia, na cabeça de cada pessoa presente àquela alegria imensa.
      No espanto da descoberta que não se traduz, a mágica reza das palavras vestidas de canção na boca plural de todos nós, o chifre desse carneiro apontando o infinito do caminho e a certeza dessa força, motor da transformação e evolução plena, constante nesse imenso estoque de dias que o sol tem pra nascer, se pôr e nascer de novo.

      Ednardo - Fortaleza, 1980.
      Nota - Aura Edições Musicais
      Em 26/09/2002, foi dado ao conhecimento público a matéria jornalística com Raimundo Fagner, (O Povo - Fortaleza / Ceará), constando que os originais dos discos Massafeira foram retirados da gravadora Sony Music, sob pretexto que seria projeto exclusivo de Fagner quando dirigia o selo Epic, e esta produção "pertenceria" ao mesmo, e teria sido retirada do âmbito da Sony para posterior relançamento em CDs, pela Fundação Raimundo Fagner junto a DR Music da Fundação Cultural Demócrito Rocha.
      Louvável, mas até março 2005, os discos da Massafeira não foram relançados em CDs. Pela importância do movimento, muitos artistas que participaram desta produção e gestão coletiva, além de jornalistas e pessoas ligadas à área cultural, indagam quando a nova geração poderá ter acesso a estas músicas e informações.
      Nos registros da gravadora e ficha técnica na contra capa dos discos originais, está expresso que: Foram produzidos sob a Direção Artística e de Produção de Ednardo. Pelo fato da AURA, ter conhecimento sobre este assunto, notamos nesta informação que estes discos foram prensados com verba de divulgação do disco Imã - Ednardo.
      O primeiro disco de Patativa do Assaré - Poemas e Canções, foi gravado integralmente ao vivo durante a Massafeira de 1979, a Aura tem em arquivos, filmes em 16 mm., que mostram a participação de Patativa do Assaré incluindo ambiente Teatro José de Alencar, microfones e gravador Nágara interligados à sonorização na Massafeira. Este primeiro disco de Patativa foi resultado de produção coletiva de todos que idealizaram e realizaram a Massafeira. Mas não consta sequer nenhuma informação ou referência a este fato, no produto lançado pelo selo Epic em 1980.

      Da redação AURA. Estão disponibilizadas neste site outras informações sobre a Massafeira.
      Leia matérias jornalísticas Veja fotos do evento e de seus participantes Veja relação de pessoas que participaram da Massafeira E o que estão realizando atualmente

    DISCO 1
  • AURORA
    • Ednardo / Belchior
      EDNARDO / BELCHIOR
      Clareia manhã, clareia
      Abre os teus dedos manhã
      E deixa essa casa cheia
      Do teu cheiro de romã

      Sonhos de aurora eu sonhava
      No colo de minha irmã
      Clareia manhã, clareia
      Abre as janelas, manhã

      Clareia manhã, clareia
      Abre as janelas manhã
      E deixa essa casa cheia
      Do teu cheiro de romã

      Sonhos de aurora eu sonhava
      No colo de minha irmã
      Clareia manhã, clareia
      Abre as janelas, manhã

  • PÉ DE ESPINHO
    • (Rogério Soares / Stone / Luiz Carlos Pinoquio)
      ROGÉRIO SOARES / REGIS SOARES
  • BREJO
    • (Regis Soares / Rogério Soares / Ednardo)
      REGIS SOARES
  • ATALAIA
    • (Ferreirinha / Graco / Caio Silvio)
      FERREIRINHA ( Francisco Casaverde)
  • FRIO DA SERRA
    • (Petrúcio Maia / Brandão)
      MARTA LOPES / EDNARDO / FAGNER
  • ISOPOR
    • (Wagner Costa)
      WAGNER COSTA
  • BUENOS AIRES
    • (Stélio Valle / Sergio Pinheiro)
      SERGIO PINHEIRO
DISCO 2
  • O SOL É QUE É O QUENTE
    • (Alano de Freitas)
      EDNARDO / ANINHA (Ana Fontelles)
      Não adianta parar pra pensar
      Não adianta lutar pra entender
      É bem mais perto e mais certo

      Jogar uma pedra na lua
      Correr atrás de qualquer rua
      Cavar um buraco na proa da lua
      Ficar numa boa no meio da rua

      A vida quer um gesto
      Quer a sensação
      A morte quer a fundo a razão

      O sol saiu hoje cedinho
      Espera por você o sol
      Esse menino você não quer ver
      Mas o sol, menina, dourou teus cabelos
      Tornou meus olhos claros pra te ver melhor

      O sol, o sol, o sol, é que o quente
      O sol, o sol, o sol, é que o quente
      A mente a única que mente
      Onde está, foguinho
      Onde está seu coração
      Que teima em não lhe dar um bom carão
      O sol, o sol, o sol, é que o quente
      O sol, o sol, o sol, é que o quente

  • VENTO REI
    • (Zé Maia / Calé Alencar)
      CALÉ ALENCAR
  • O REI
    • (Tânia Araújo)
      TETI / TÂNIA ARAÚJO
  • REISADO
    • (Graco / Stelio Valle / Augusto Pontes)
      EDNARDO

IMÃ
  • FICHA TÉCNICA
    • Gravação Original em LP - (Epic) CBS - 1980 235046 Lançado em CD - Sony Music - 1995 866050/2 - 476456

      FICHA TÉCNICA
      Direção de Produção e Estúdio - Ednardo
      Assistente de Produção Artística - Regina Scarcello
      Técnico de Gravação - Mandy
      Assistente Técnico de Gravação - Alexandre Borato
      Mixagem - Mandy / Ednardo
      Montagem - Alencar
      Fotos - Lise Torok
      Direção de Arte - Géu
      Arte das Capas - Carlos E. M. de Lacerda
      Desenhos dos Símbolos - Ednardo
      Gravado e Mixado no Estúdio Level no Rio de Janeiro em 24 Canais
      Todas as Obras Editadas por Aura Edições Musicais
      Exceto - Na Asa do Vento

      MÚSICOS
      Arranjos e Regências - Ednardo / participações da Banda
      Fernando Moura / Gerardo Gondim / Rui Motta / Luiz Miguel / Jaburú
      Piano Fender Rhodes e Oberheim / Violão Ovation e Acústico / Percussões - Ednardo
      Piano Acústico / Arp Strings / Oberheim - Fernando Moura
      Viola de 10 cordas e Cavaquinho - Manassés
      Guitarra e Cítara e Guitarra Portuguesa - Robertinho de Recife
      Guitarra e Viola de 10 cordas - Gerardo Gondim
      Sanfona - Zé Américo
      Trompete e Flugel Horn - Márcio Montarroyos
      Contra Baixo - Luiz Miguel
      Bateria / Timbales - Rui Motta
      Percussões - Jaburú
      Pandeiro - Risadinha
      Zabumba - Borel

      Participações Especiais
      Márcio Montarroyos / Robertinho de Recife / Manassés / Zé Américo

      Agradecimentos Especiais
      Professor Oscar e Dona Esther
      Odar Viana / Rosane Limaverde / Joana Limaverd

  • MARACATÚ ESTRELA BRILHANTE
    • Ednardo

      Maracatú estrela brilhante
      Maracatú o teu brilho errante
      Gamela da nossa mistura
      Tão linda tão mista tão pura
      Maracatú

      Garra maracá já guerreiro
      Batuque ferro e ganzá
      A flexa cravada no céu brasileiro
      Infinita mente cantar
      Cantar
      Cantar

  • PONTA DE ESPINHO
    • Ednardo

      Ponta de espinho

      Aquela roseira quebrada
      Pra não crescer seu caminho
      Ó meu amor que espante
      Lá vem verde se abrindo

      Com muito mais rosas nos galhos
      E muito mais ponta de espinho
      Com muito mais rosa nos galhos
      Muito mais ponta de espinho

      Por ser irmã do meu canto
      Por não saber ser cativa
      Quebrou a barragem que a força impôs
      Pra se derramar mais bonita

  • AQUI ALI ACOLÁ
    • Ednardo

      Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
      Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim

      Quando eu cheguei num espanto te penetrei com meu canto
      Ficaste dentro de mim, ficaste dentro de mim

      Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
      Trepidantemente passas por mim

      Quando eu cheguei num espanto te penetrei com meu canto
      Ficaste dentro de mim, ficaste dentro de mim

      Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
      Trepidantemente passas por mim

      Quando eu cheguei num espanto te penetrei com meu canto
      Ficaste dentro de mim, ficaste dentro de mim

      Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
      Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim

      Doce gelado, sapoti, coco-babão, doce gelado, sapoti, coco-babão
      Namorei com uma menina lá do meio do quarteirão
      Ô doce
      Doce gelado, sapoti, coco-babão, doce gelado, sapoti, coco-babão
      Namorei com uma menina lá do meio do quarteirão
      Ô doce

  • REINVERSO
    • Ednardo

      Estou aqui
      O mar não se abriu, uma nuvem não revelou o caminho
      A pedra não verteu água, e aqui não choveu o maná
      E estou aqui

      Teus olhos vararam meu corpo
      De tanto fingir não me ver
      Teu ouvidos ensurdeceram com o meu grito
      E disseste não me ouvir
      Juraste não sentir minha presença
      E eu estava colada a tua pele
      Ofegante e pulsando como na primeira vez
      Estou aqui e não poderás dizer que não

      Minhas mãos escavaram o chão onde pisastes
      Meu suor e o meu sangue umedeceram essa terra
      E agora estás totalmente grávida de minhas palavras
      Entrecortadas, porém ditas
      De minha canção explodindo em jorros de minha garganta
      De meu olho sempre te procurando no olho
      De meu amor tão próximo do teu ódio
      E não poderás negar o rebento desse tempo
      Eu estou aqui

      Versos falados sobre músicas inversas - Carirí (Ednardo) e Araguaia (Ednardo)

  • IMÃ
    • Ednardo

         A                  A/E
      Rasgando um buraco no azul

          B/A
      Tu afloras feito o arco-íris

              D                                A
      Com um pé pisando no tempo e o outro no espaço

                                A/G
      E molha a sequidão do meu rosto de pedra

        B/A
      Na água cristalina

          D
      Em nosso rastro ferido arde

                         A
      O Brasil e a nossa sina

                        A/G
      Nada te dou como herança
          B/A
      Nada quero
         D                             A
      A vida é uma pessoa sem medo no caminho

      (E E7)
      (Ah, ah, ah ...)

        E                          E7
      Estrela de cinco pontas - Luminando noites

           E                                   E7
      Do universo do chão ardendo - Luminando noites

         E                                A       D
      Habitamos o verbo chamado homem - Luminando noites

      Cumprindo o destino do ser

         A
      A raiz afunda na terra

      E bebe os segredos da areia

          A
      Espalhando em cada folha

             E        D   A
      Uma canção ao vento leve

              E       D   A
      (Uma canção ao vento leve)

      A               A/G
      Leve é aquilo que brota
                   B/A
      Muito além do medo

          D                               A
      Serena é a coragem de tudo aquilo que é

                         A/G
      Que é quem sempre caminha

                       B/A
      E nunca pensa que tarda

         E
      Sua flexa certeira

              D
      Sempre crava na luz

                   A
      E sempre amanhece

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

  • NA ASA DO VENTO
    • Luiz Vieira / João do Vale

      A7 E7 (A7 B7 C#m A7 B7 E7)

                E     A            G#m
      Deu meia noite a lua abre um claro
          A         G#m
      Eu "assubo" nos aro
              B7            E
      Vou brincar no vento leste
               A7     D            A7
      A aranha tece puxando o fio da teia
         E7                             A
      A ciência da "abeia", da aranha e a minha
        B7        C#m
      Muita gente desconhece
             A       B7         E
      Ô lá lá ô, muita gente desconhece
             D          A7              E7
      A lua é branca e o sol tem rastro vermelho
                    B7
      E o lago é um grande espelho
                           E7
      Onde os dois vão se mirar
             A7           B7            C#m
      Rosa amarela quando murcha perde o "chero"
                       B7
      E o amor é bandoleiro
                        C#m
      Pode até custar dinheiro
             E7               A7
      Pois é flor que não tem "chero"
             B7            E7
      E todo mundo quer "cherar"

  • A BOMBA Z
    • Ednardo

      A bomba Z é tod'essa legião
      Faminta de amor e pão
      Onde tudo já aconteceu
      E a explosão já se deu
      Quem nunca viu, nunca verá
      Quando eu falo pão eu quero dizer
      Tudo que alimentar a-a-ar

      A bomba Z é essa massa atônita
      Cercada no centro da praça
      Sonhando com o prometido
      Ousando só o permitido

      A bomba Z somos nós
      A última bomba da terra
      Crestando mais que mil sois
      A bomba Z somos nós

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

  • DE REPENTE
    • Ednardo

      Não é brinquedo meu amor
      Guerrear na solidão
      Cantar dos anjos a poesia
      Conhecer tua magia
      E morar na amplidão

      Azul muito azul da terra
      E é bem por traz daquela serra
      Ai que estrada mais comprida

      Cada vez que eu te beijo
      Ou te vadeia a minha mão
      Me sinto como um menino
      Que descobre num repente
      O mistério do universo
      Engatinhando pelo chão

  • SUBTERRÂNEA CANÇÃO AZUL
    • Ednardo

      Toda vez que eu saco um blues
      E o atiro contra o azul do teu coração
      Flor do mato a tua boca soletrando a minha boca
      Eu me amo e tu te amas

      E num sub-blues-urbano
      Solitário numa calçada de uma rua periférica
      Na parede eu escrevo, uma frase, um relevo
      Sabor sangue-canção

      E nossos corpos celestes costuram amor
      No tecido da noite
      Inventando a luz da melodia
      Que esse samba-canção irradia

  • SERENATA PARA BRAZILHA
    • Ednardo

      (Am)                      (Dm)
      É uma ilha solitária, mil sotaques
           G                     Am
      Uma trilha que descobre uma babel
            Gm                      Dm
      Encruzilhada de destinos, super homens, super quadras -
      E7       A
      Multisolidão
         A/G                         D
      Presente em teu futuro, teus meninos, tuas meninas
           E                        A
      Tuas asas navegar sei que é preciso
        A/G                        B/A
      Alguns trazem de ti, flor do cerrado
         E                         A
      Eu sempre que te vejo, planto roçados
           A/G                 D
      É que quando me visitas, realizo
         E           Am
      Trazer-te sempre-viva
                         Dm
      Cidade-Avião, vôo rasante
                         E      Am
      Aero-Planta do Alti-Plano do chão
               Gm                  Dm
      Cidade-Planeta, desaguar de viajantes
       E                  A
      Espaço-Porto, Cosmo-Visão
                  A/G             D
      Quase que descubro a todo instante
           E                           A
      Um lugar, uma semelhança à minha terra
          A/G                    B/A
      Uma coisa indefinida, uma quimera
        E                                   A
      E penso ver no rosto de algum novo habitante
        A/G                D
      A imagem próxima e distante
         E                Am
      De minha primeira namorada

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

  • FORNALHA
    • (Ednardo / Vicente Lopes)

      Em cada dia que finda eu vejo
      O sol forjar na sua boca de fogo
      Com meu suor, riso e choro
      Na poeira do chão, do dia
      A pedra que sou rolante
      E vejo avante, além da noite

      Na rede em que eu me balanço
      Nos braços em que eu descanso
      Faço vôos, vivo os sonhos
      Que tranço no ventre da vida

      O homem faz com a sua mão
      Como o sol faz, ilumina
      Em cada dia que finda


TERRA DA LUZ
  • FICHA TÉCNICA
    • Gravação Original em LP - EMI Odeon Brasil - 1982 31C 064 422 918 CD 354472-2 - EMI Music - 2006

      FICHA TÉCNICA
      Direção de Produção - Mário Rocha (Mariozinho Rocha)
      Produção Executiva - Jairo Pires
      Assistentes de Gravação - Mauro Almeida / Paulo Mendes
      Técnicos de Gravação - Sérgio Bittencourt / Nivaldo Duarte / Guilherme Reis
      Carlinhos / Amaro Moço
      Técnicos de Mixagem - Sérgio Bittencourt / Nivaldo Duarte
      Técnico de Corte - Osmar Furtado
      Assistentes de Estúdio - Roberval / Zé Celso
      Fotos - Mário Luiz Thompson
      Layout da Capa - Lobianco
      Desenho do Símbolo - Ednardo
      Gravação e Mixagem - Estúdio da EMI - Odeon - Rio de Janeiro
      Todas as obras editadas por Aura Edições Musicais

      MÚSICOS
      Arranjos e Regências - Ednardo
      Arranjo e Regência na música - Blues à Flor da Pele - Lincoln Olivetti
      Piano Fender Rhodes e Acústico e Cravo / Violão Ovation e Percussões - Ednardo
      Teclados - Piano Yamaha e Oberheim - Lincoln Olivetti
      Piano Fender e Yamaha CS 80- Serginho Trombone
      Guitarra e Korg Polifônico - Robson Jorge
      ObXa - Rick
      Guitarra - Robertinho de Recife / Manassés
      Violão 12 cordas / Cavaquinho - Manassés
      Bandolim - Carlinhos Patriolino
      Acordeon - Zé Américo
      Trompetes - Niltinho / Cláudio Roditi
      Sax Alto - Ricardo Pontes
      Sax Tenor - Oberdan
      Sax Barítono - Aurino
      Trombone - Serginho Trombone
      Contra Baixo - Ife / Paulo César
      Bateria - Robertinho Silva / Paulo Braga / Rui Motta
      Percussões - Repolho / Jaburú
      Vocal - Ronaldo / Regina / Evinha / Fabíola / Mário / Roberto
      Arregimentação - Dazinho

      Participações Especiais nos Vocais - Golden Boys/Trio Esperança
      Ronaldo Correia / Mário Correia / Roberto Correia / Evinha Correia / Regina Correia
      Nas músicas - Pastoril; Transparecer

  • PASTORIL
    • Ednardo

      Venho da maravilha
      Do mel da jandaíra
      Cheiro à flor de mangueira
      Venho da Maraponga, pitanga, milonga
      Me língua de sol e de dengue

      Pra mim do final dessa praia
      Sa sacode a barra da saia
      Sa sacode a barra da saia
      Que eu te vejo por inteira
      Que eu te vejo por inteira

      Desde o regaço do norte
      À corredeira do sul
      Teu riso é uma bandeira
      Escorre como um riacho
      Acho claro eu e tu

      Papel seda flor do mato e cetim
      Pra te cantar pastorinha
      Te trago dentro da minha
      Chuva de luz no dourado
      Fina areia prateada
      Na asa da borboleta

      Meu anjo solto no espaço
      Espanta o mal e afasta
      E deixa brilhar estrelas
      Em constelações de luz
      Em canções cheias de luz
      No céu das nossas cabeças

  • LABIRINTO
    • Ednardo

      Olê mulher rendeira
      Olê filhos rendar
      Do tecido dessa renda
      Eu me visto pra alegrar
      Tua beleza minha pequena }
      É o sol imaginado } (bis)
      Com o qual eu faço um xote
      Pra poder te namorar

      Mar Maria areia mar
      Maria areia mar
      Maria areia ar
      Siri areia ará
      Siri areia ará
      Siri areia ará

      O dia te doura a pele
      A noite na rede tua
      E a estrela d'alva anuncia
      A longa estrada da rua
      Que em nosso olhar principia
      E vai bem mais que os olhos vê

      Hum Maria areia hum
      Maria areia hum
      Siri areia ará
      Hum Maria areia mar
      Maria areia hum
      Siri areia ará

      A roda que gira o mundo
      Me joga no caminhar
      Mas esse mundo é redondo
      Indo por lá chego cá
      Eu sei que a vida responde
      A amplidão do cantar
      É que essa renda tem luz
      É o labirinto que faz
      A gente se encontrar

      Hum Maria areia hum
      Maria areia hum
      Siri areia ará
      Hum Maria areia hum
      Maria areia hum
      Siri ari ará

      Princípio e o sim de tudo
      Que pra falar deixa mudo
      O ontem e o amanhã
      O amor não é uma palavra
      Não é a posse do ser
      É uma casa encantada
      De dentro é que da pra ver
      Por mais que a areia esconda
      A linha do vento tece
      Fazendo aparecer } (bis)

      Hum Maria areia mar
      Maria areia mar
      Maria areia ar
      Hum siri areia mar
      Maria areia hum
      Siri areia ar

  • BLUES À FLOR DA PELE
    • Ednardo

      O sal do mar é o tempero e o corroente
      Dos nossos corpos bolinados pelo canto e pelo vento
      Tem que querer a vida
      Querer a vida sempre e muito
      Meter o pé descalço na carreira do caminho

      Eu quero a felicidade, eu, você e a mocidade
      O gosto da nossa saliva em nossas bocas
      Repare o jogo dos nossos quadris
      Imaginando de zero a mil
      Inventando nesse espanto
      O canto, o dia, o acontecer

      O que uma boca aflita cala, ressuscita aqui, ali, em toda cidade
      Eu venho de longe, eu venho
      Eu venho de dentro de mim

      Descobrimos que a armação da torre de babel
      Como sempre foi feita, é de palavras, e de papel
      Mas tem a nossa voz
      A tua e a minha voz
      A música interior, de cada um de nós

      Meu Deus será que eu acordei tarde
      Ou será que o acordar é que é
      Aquilo que dá luz ao ato do amanhecer
      Eu quero que tu não espere
      Agora tá tão blue tão bom
      Agora tá tão blue à flor da pele
      Eu quero que tu não espere
      Agora tá tão blue tão bom
      Agora tá tão blue à flor da pele

  • BAIÃO DE DOIS
    • Ednardo

      Iracema ama
      Iracema ara
      Iracema ima
      Iracema cara Iracema rima
      Iracema mar
      Iracema é America

      E tudo do que é
      É como ser o tempo num requebro de baião
      Baião de dois
      Dos nossos corpos nus
      Como Deus os fez
      Espelho, espelho meu
      Reflete em águas claras } (bis)
      Uma canção

      Versos falados sobre músicas inversas - Carirí (Ednardo) e Araguaia (Ednardo)

  • SER E ESTAR
    • Ednardo

      O imenso brilho do sol
      Que explodiu nesse céu fotografou você
      Sua sombra no ar a bailar
      Virou um louco maracatu
      Sua dança a dançar, babel de som da cidade
      Gente é preciso se dar valor para ser e estar
      Gente é preciso se dar valor para ser e estar

      Nesse rio real da existência
      Além da dor medo e violência
      Existe o prazer de querer e ser querido
      Revelar o precioso ser habitante em nós
      Vestindo o azul do espaço
      E rasgando a mordaça da voz
      Vestindo o azul do espaço
      E rasgando a mordaça da voz

      Sonhar plural, acreditar estar com todos
      Na solitária sina solidariedade ao povo
      De qualquer lugar, múltipla fantasia
      Tudo é, foi e será escrito está
      Tudo é, foi e será, quem percebe está

      Solar expresso solar
      Tão cheio de gente a viver
      Desabrochando aqui no chão do planeta
      Uma aura de um ovo de luz
      Da onde nasce outra terra
      Não fazendo de si alimento dos senhores da guerra
      Olhar pro aquárius do céu
      Vê se vê, vê se vê, vê se vem
      Vê se vê, vê se vê, vê se vem
      Já não dá pra esperar

  • COMO ERA GOSTOSO O MEU INGLÊS
    • "Não chores porém criança
      Que nem tudo está perdido
      Abriremos a barriga do lobo
      E a vovó que foi comida a pouco
      Ainda deve estar com vida."

      (Citação de trecho de versão Domínio Público da história infantil dos Irmãos Grimm - Chapeuzinho Vermelho)

      Ednardo

      Bom dia brilho da manhã
      E a gente sorri feliz
      Diz eu te amo e tu me amas
      E a mente, mente, mente se diz, se diz
      Caso você pense você é o meu caso
      Não diga nada pra ninguém
      Se a gente precisa da gente
      Seu grande dia taí
      Taquí no nosso amor

      Fere fé fere o bumbo e puxa o fole
      Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole
      Zabumba o bumbo fere o bumbo, e puxa o fole
      Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole, ié ié ié

      Quero dizer que passei estas noites todas acordado
      Por causa, por causa daquele pesadelo
      Não sei onde encontrar você
      Não sei onde encontrar você
      Ei! menina, me nina menina
      Você uma vez disse que me ama
      Uma vez você me disse isso sim
      Diga de novo e de novo e seremos felizes pra sempre
      Diga de novo e de novo e seremos felizes até quando der

      Fere fé fere o bumbo e puxa o fole
      Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole
      Zabumba o bumbo fere o bumbo, e puxa o fole
      Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole, ié ié ié

      Eu lhe vi e vejo agora claramente
      Todo dia a dia, adia é assim
      Quero você sempre dentro da minha vida
      Por fora de qualquer pose fingida
      Um dois três quatro, um dois três quatro
      Me fiz teu filho agora sou teu pai
      Olha o rastro, olha o rastro
      Taxi, taxi, taxi, taxi, taxi, taxi
      Cinco, seis, sete, oito, cinco, seis, sete, oito
      A massa fina, utópico biscoito
      Olha o rastro, olha o rastro
      Taxi, taxi, taxi, taxi, taxi, taxi

      Ela disse - eu não entendo nunca
      Você não fala nada nada coerentemente
      Eu disse - não, não, não, você está errada
      Tudo está certo, rapaz, você é que não vê

      Fere fé fere o bumbo e puxa o fole
      Zabumba o bumbo fere o bumbo e puxa o fole
      Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole
      Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole, ié ié ié

  • ALFA BETA AÇÃO
    • Ednardo

      Aquele mestre ensina justamente aquilo
      Que não me interessa saber
      Esquece de dizer - meninos nossa sina é saber viver
      Impõe, implora, impera e vocifera
      É que ele tem a vara de condão
      Da transformação, da conformação, da educação, da revolução
      É que são tantos verbos de persuadir
      De sujeitar o sujeito a não existir
      É que são tantos objetos indiretos
      Condicionais do porvir } (bis)

      Na hora do recreio
      Vamos todos soletrar bê-a-bá, bê-ipsilon - Baby
      Luz del Fuego, marginal
      Canção de amor, grito primal
      Namorar por trás do muro do vestibular
      Cruzar palavras, mocidade, inventos
      No passo da ema, a volta da jurema
      Peneiro ê, iê, iê } (bis)

      Erguer a cabeça fora do pânico total
      Telegrafar aos amigos da geral
      PT saudações
      É bom que você não se torne um marionete falante
      De sexo, grafite e poesia
      Política, som atuante, meditação, anarquia
      Com a mesma filosofia de quem acha a vida pronta
      No fim do novo ABC há o clarão da Bomba Z } (bis)

      Estrela e lua crescente
      Quero navegar inteiramente
      Pela tua geografia escrever colorido
      A palavra proibida
      Vida, vida, vida, vida, vida
      Vida, vida, vida, vida
      Vida, vida, vida,

  • ASA DO INVENTO
    • Ednardo

      O Rio deságua nesse mar de gente
      Que o sol doura com sua luz
      E o cio do amor, solto, nu, sem laço
      É como Deus Pagão que me seduz
      Na asa do invento do homem eu vejo
      Teu céu e o teu padecimento
      Penetro o espaço que abre os braços
      Pro abraço Redentor

      E o teu lindo riso aberto
      Povoa todo o deserto
      Como a flor do mandacaru
      E o teu lindo riso aberto
      Povoa todo o deserto
      Como a flor do mandacaru

  • CORAÇÕES E MENTES
    • Ednardo

      Intro: (E G A B B A G E) 2x
            E          A G#m
      Teu amor menina bonita
            A    G#m
      Me deixa formoso
          A         G#m
      Me dá brilho e gozo
           B7    E
      Me deixa bonito
          E                 A    G#m
      O beijo cravado em tua boca floriu
        E               A      C#m
      Clareando o dia na luz do Brasil
          E                  A    G#m
      O beijo cravado em tua boca floriu
        E               A      C#m
      Clareando o dia na luz do Brasil
                A        G#m       A      G#m
      Como um cravo encarnado em tua pele molhada
       A       C       A G#m
      Alva cambraia da areia
       A       C       A G#m
      Na alva cambraia da areia
       B7         E
      Branca da praia
       B7         E
      Branca da praia

  • TRANSPARECER
    • Ednardo

      Eu tenho muitos sonhos
      E sonho todos eles
      Como se fosse um só
      Como se fosse o sol
      Sol

      Eu sonho os meus sonhos
      Cotidianamente na real transparência
      Do que se pensa ausente
      Sendo um sou muitos, posso voar
      Nenhuma palavra decreta o fim do sonho
      Nenhuma frase decrépita, nenhum medo de sonhar
      Nunca é cedo, nunca é tarde
      Sempre é tempo
      Tempo





Contra-capa - CD Ednardo - Terra da Luz



Detalhes do Poster interno no disco original 1982

EDNARDO
  • FICHA TÉCNICA
    • LP - 31C-064422933 - EMI ODEON - 1983 CD - 354491-2 - EMI MUSIC - 2006

      FICHA TÉCNICA
      Direção de Produção - Renato Correia
      Produção Executiva - Fernando Adour
      Engenheiro de Gravação - Nivaldo Duarte
      Gravação - Francklin Garrido /Sergio Bittencourt
      Auxiliares Técnicos - Amaro Moço / Renato / Carlinhos
      Engenheiro de Mixagem - Nivaldo Duarte
      Técnico de Corte Acetato - Osmar Furtado
      Estúdio de Gravação EMI - Odeon - Rio de Janeiro
      Arte da Capa e Encarte - Gringo Cardia e Luiz Stein - A Bela Arte
      Foto - Wilton Montenegro
      Supervisão Gráfica - Tadeu Valério
      Desenhos - Ednardo / Wallace/ Wesley
      Joana Limaverde / Luiz Stein / Gringo Cardia

      MÚSICOS
      Arranjos e Regências - Ednardo e José Américo
      Violão, Teclados - Ednardo
      Teclados - Acordeon - José Américo
      Teclados - Reinaldo Arias
      Violão de 12 cordas e Cavaquinho - Manassés
      Guitarras - Marcelo Sussekind / Manassés / Piska
      Trompetes - Bidinho / Paulinho / Niltinho
      Sax Tenor - Marcelo
      Trombone - Paulo William
      Baixo - Jamil Joanes / Décio Crispim
      Bateria - Paulinho Braga e Mamão
      Percussões - Marçal / Gordinho / Jorginho do Pandeiro / Elias
      Coro - Suzana, Marize / Viviane / Regininha
      Rosana / Luna / Ronaldo Correia / Flavinho
      Roberto Correia / Valdir Correia / Simiana / Marize
      Myriam Perachi / Evinha Correia

  • SUPER X
    • Ednardo

      Quando você passa na minha calçada
      Vestidinho branco de algodão trançado
      Toda molhadinha de chuva
      Toda molhadinha de chuva
      Toda molhadinha de chuva
      De chuva molhada

      É que essa chuva faz grande milagre
      Junta a harmonia e a tecnologia
      A democracia que vejo em você
      É o desafio para a utopia
      Querer é poder

      Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar
      Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar
      Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar
      Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar

      Quando você passa na minha calçada
      Algodãozinho molhado é véu de fina gaze
      Toda molhadinha de chuva
      Toda molhadinha de chuva
      Toda molhadinha de chuva
      De chuva molhada

      É que esse encontro faz grande milagre
      De lhe tocar amor, a mão por todos os lados
      De ser a chuva quente, cor dessa vontade
      Que todo mundo sabe, todo mundo vê, dá pra entender

      Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar ...

      Quando eu te advinho e tu me advinha
      Vestido de amor, isso quer dizer
      De amor, amor, só de amor vestido
      Somos o milagre que essa chuva traz
      Pois é bom poder, querer fazer
      Tão grande bem, se deve dar, para receber

      Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar ...

  • ROCKCORDEL
    • Ednardo

      Um rockcordel pra espantar o tédio
      Um rockcordel pra acordar todo o prédio
      Um rock um toque pra minha menina
      Seu motorista olha a gasolina
      Eu vou ficar depois daquela esquina
      Ela me espera muito doida, doida pra beijar

      Um rockcordel bem mysteriozo
      Mexe assim fica até mais gostoso
      Rock a energia pra acender a luz
      Que me importa se eles estão sacando e babando
      Deixa a sirene da polícia tocar
      Deixa os filhos da augusta falar
      Deixa o porco e a porca torcer o rabo
      Que o rabo de foguete que tem d'outro lado
      Foi feito para o fogo pegar ga-ga-ga

      Um rockcordel de mim pra você
      Que fica vendo estrelas e o sol a nascer
      Nossa história a gente saca ou inventa
      E nessa rua nosso olho enxerga oitenta
      No escuro é claro, me pega e me esfrega
      Me faça tudo, não esconde não nega
      Antes que o cometa tempo passe
      Atravesse a ponte que liga o princípio ao fim
      Antes que o cometa tempo passe
      Atravesse a ponte que liga o princípio ao fim

      Pa pa hum ma ma ma, Pa pa hum ma ma ma,
      Pa pa hum ma ma ma ôh ô

  • ARRAIAL
    • Ednardo

      Abri minha janela
      Pra ver a cor do mar
      Jangada, leve flor a deslizar
      Entre espigas e cana verde
      Rompe a manhã no arraial

      Na beira da praia um porto
      Corta o céu uma avoante
      Cigana te vejo fluindo
      Fluido que vem da fonte
      Espanta o breu da nossa fome
      Luzia Menina Homem
      Espanta o breu da nossa fome
      Luzia Menina Homem

      Varanda da esperança
      Fornalha que está em nós
      No duro aço da voz
      No som desse falar
      Quem vem desse lugar
      Traz no seu traço o chão

      Branca é a flor do algodão
      Pro teu corpo enfeitar
      O ouro do sol já reflete pro teu nu decifrar
      E esse enigma faz revelar
      A romã do teu olhar
      E esse enigma faz revelar
      A romã do teu olhar

  • PAPAI MAMÃE
    • Ednardo

      Ê, ê, ê, grita geral
      Esse é o pais do carnaval
      Tangerê, grita geral
      Esse é o pais do carnaval

      Mamãe não quero ser um banqueiro
      Guardar grana demais é um perigo
      Ainda mais nesses tempos bicudos
      Ser justo e leve é que é o paraíso

      Ê, ê, ê, fez praia e sol
      Esse é o pais do futebol
      Ê, ê, ê, fez praia e sol
      Esse é o pais do futebol

      Papai não quero ser um soldado
      Eu não quero me acabar por aí
      Outro Vietnam sempre pode pintar
      E me mandam lá pro Piauí

      Ê, ê, ê, grita a galera
      O que fizeram com a aquarela do Brasil
      Ê, ê, ê, grita a aquarela
      O que fizeram com essa galera

      Amor pra que me telefonar
      E dizer tudo o que se tem pra fazer
      Olha que tá tudo grampado
      E de orelha fritam eu e você

      Ê, ê, ê, dança e se agita
      Sem balançar esse corpo não tem grita
      Ê, ê, ê, dança e se agita
      Sem balançar esse corpo não tem grita

      Papai Mamãe a socialite juntando para o amanhã
      Se explodir essa bomba, acaba hoje um amanhã tão rosé
      Papai Mamãe a sócio-elite juntando para o amanhã
      Se explodir essa bomba, acaba hoje um amanhã tão rosé

      Ê, ê, ê, grita geral
      Esse é o pais do carnaval
      Ê, ê, ê, fez praia e sol
      Esse é o pais do futebol
      Ê, ê, ê, grita a galera
      O que fizeram com a aquarela do Brasil
      Ê, ê, ê, grita a aquarela
      O que fizeram com essa galera
      Ê, ê, ê, dança e se agita
      Sem balançar esse corpo não tem grita

  • TUDO
    • Ednardo

      Terra azul, morada de mim, sim
      Cinema, imagem dessa visão, sim
      Vozes d'Anunciação, em quatro cantos cantarão
      No soar de mil clarins, tudo muito claro sim

      Pulsa o ritmo que unirá, a força elementar
      Tudo o que é, tudo o que foi, tudo haverá
      Será pouco se disser, será muito se sonhar
      No verbo já há o acontecer, sêmen do concretizar

      A Fé, Axé, à Che, Alá, maturar
      Sétima dimensão do amor a que tu se dedicar
      Há mel, há mel, há mel, há, do teu peito brotará
      Na idêntica proporção que a tua vida sangrar

      Os filhos nascem durante a canção, traduzindo o que está
      Romance gitano, trilha de tuareg, longo caminho
      Nostradamus nós estamos em um nove oito quatro
      Cabe a todos se fazer, o sol brilhar, brilhar, brilhar

      Terra azul, morada de mim, sim
      Pulsa o ritmo que unirá, sim
      Será pouco se disser, será muito se sonhar
      Fé, Axé, à Che, Alá

  • CAFÉ COM LEITE
    • Ednardo

      Foi numa noite de uma festa de São João
      Eu dançava com uma menina
      Remexendo o coração
      O céu estava azulzim e salpicado
      Com cuidado se pisava
      O chão de estrelas do salão

      Ela gemeu uma palavra em meu ouvido
      Completando a harmonia da sanfona na canção
      Arrasta pé quando o fole fraquejava
      Do escuro alguém gritava - Pega a coisa no rojão

      Queiram ou não queiram, nosso amor é o braseiro
      Que não deixa o frio chegar
      Minha lua aluá, sou teu pé de moleque
      Faço salamaleque, só pra te conquistar

      O sanfoneiro dormiu e os dedos dele se mexem
      A musica não para pra gente se balançar
      Até o fim do ano já virá o carnaval
      Não se aperreie que nada volta ao normal
      Até o fim do ano já virá o carnaval
      Não se aperreie que nada volta ao normal

  • ENCANTADO
    • Ednardo

      Tempo que sou menino
      Tempo pó do caminho
      Em cada palmo de céu
      Está o espelho do chão, encantado
      O lugar de cada um
      Traduzir seu lugar comum
      Mistério e luz da alquimia
      Terra

      Rolando nas ladeiras da cidade, do sertão
      Levando em seu alforge o clarão da sua sina
      Lua, Sol, Constelação, Sorte, Amor, Menina }
      Lua, Sol, Constelação, Sorte, Amor, Menina } (bis)

      Tempo que sou menino
      Tempo pó do caminho
      Em cada palmo de céu
      Está o espelho do chão, encantado
      O lugar de cada um
      Traduzir seu lugar comum
      Mistério e luz da alquimia
      Terra

      É fumaça de fábrica, de carro e de gente
      É nós dois na peneira, penera meu bem
      É nós dois na zoeira, zoera meu meu bem
      É nós dois na estrada, e us homem também
      Na zoada do trânsito de Copacabana
      Trapalhão, vagabundo, rajá e pirata
      Chiquita bacana, yes, temos banana
      Tá vindo no vento terral Ceará
      O toque xaxado, o toque xaxado
      O toque pra gente dançar
      O toque xaxado, o toque xaxado }
      O toque pra gente dançar } (bis)

  • NOVA RAÇA
    • Ednardo

      Cheguei neste instante na grande cidade sem fronteiras
      Onde cada sete mil portas se abrem
      Abrem pro horizonte, onde alcança o olhar
      Sou um forasteiro olhando esse lugar
      Na motricidade que move esse mar
      Na massa, na tribo, ou em Paramaribo

      No distante pulsar sideral, lindo amigo
      Onde estiver, te quero encontrar
      Toda a vida é um relâmpago que brilha
      É moto contínuo pra se cantar
      Numa canção de rádio ou, ou num veloz metrô
      Que navega na voz do, do computador
      Soletrando os dígitos da palavra amor
      Ou no tan tan, tan tan do tambor
      Ou no tan tan, tan tan do tambor

      Flamboyant de luz neon das avenidas
      Multiplica o som e estoura os tímpanos
      Tanta imagem salta das vitrines
      Nova raça liberta os teus símbolos

      Numa canção de rádio ou, ou num veloz metrô
      Que navega na voz do, do computador
      Soletrando os dígitos da palavra amor
      Ou no tan tan, tan tan do tambor
      Ou no tan tan, tan tan do tambor

      Flamboyant de luz neon das avenidas
      Multiplica o som e estoura os tímpanos
      Tanta imagem salta das vitrines
      Nova raça liberta os teus símbolos
      Nova raça liberta os teus símbolos
      Nova raça liberta os teus símbolos

      Tanta imagem salta das vitrines
      Soletrando os dígitos da palavra amor
      Toda vida é um relâmpago que brilha
      Soletrando os dígitos da palavra amor

Nota Aura Edições - Este disco é parte da trilogia discográfica de Ednardo realizada na EMI- 1982 a 1985 - Terra da Luz; Ednardo; Libertree. As músicas e letras se complementam nestes três trabalhos discográficos.
Na parte gráfica deste disco, Ednardo grafou desenho e solicitou aos artistas das capas que desenhassem na idéia deles a junção rock e cordel. Os trabalhos ao cargo de Gringo Cardia e Luiz Stein, estenderam-se a crianças e adolescentes. Para cada música do disco teve um desenho criado, os mais representativos foram incluídos no encarte do LP, que no CD não estarão incluídos. Portanto disponibilizamos estas cópias de desenhos para conceituar graficamente este disco.



Desenho de Ednardo, no disco que junta rock e cordel Parte da trilogia gravada na EMI.






















LIBERTREE

  • FICHA TÉCNICA
    • Gravação original em LP EMI - Odeon 1985 LP 31C 064422714 CD 354490-2 EMI Music 2006

      FICHA TÉCNICA
      Direção Artística - Jorge Davidson
      Direção de Produção Artística e Executiva - Ednardo
      Técnicos de Gravação - Rafael / José Celso / Amaro Moço
      Técnico de Mixagem - Nivaldo
      Auxiliares de Estúdio - Rob e Geraldo
      Corte - Osmar Furtado
      Foto - Gentil Barreira
      Arte da Capa - A Bela Arte - Luiz Stein e Gringo Cardia
      Coordenação Gráfica - Tadeu Valério / J.C Mello
      Arregimentação - Alberto Runkel
      Todas as músicas editadas por Aura Edições Musicais

      MÚSICOS
      Arranjos / Orquestrações e Regências - Ednardo
      Violões / Teclados / Bateria Lynn Drum - Ednardo
      Guitarra e Violão de 12 - Manassés
      Teclados (OBX e DX) - Fernando Moura
      Contra Baixo - Jamil Joanes / Ife
      Bateria - Paulinho Braga / Sérgio Santos (Jaburú)
      Percussões - Repolho
      Participação Especial - Coro Infantil - Joana / Gabriel / Julia

  • LIBERTREE
    • Ednardo

      Baby, I come from another land
      Baby, I wanna hold your hand
      Baby, I wanna hold your hand

      Yes, we are two of a kind
      We are side by side
      Singing and living all that we really want
      Fell in my lips, see in my eyes
      Burns a fire tongue the same sunshine
      Hearts and minds of the people
      Is growing up like a tree
      A strong field tree of liberty
      A strong field tree of liberty

      There's no matter to say
      About flying saucers
      Latin America and anothers replays
      There's no matter to say
      But a flying condor can be
      More than more than more
      Across the universe
      More than more than more
      Across the universe

      Mañanas de sol que el hombre pueblo cantará
      Sus ojos en el mar de otros ojos a se mezclar
      La calle a brillar siempre que hermanos estrechar
      Estrellas estrellas estrellas
      Nuestras manos hacen alumbrar
      Estrellas estrellas estrellas
      Nuestras manos hacen alumbrar
      Baby, I come from another land
      Baby, I wanna hold you hand

  • ALGUÉM VÊ
    • Ednardo

      Deixe desse chororô, isso não leva a nada
      Meta a cara pelo mundo, meta o pé na estrada
      Olha quem não teme nada, só vai aprender
      A fazer o sol brilhar e o dia amanhecer

      Não me atrapalhe, não se atrapalhe assim
      Saiba fazer por você, que eu sei de mim
      E sempre que a gente cruzar vai acontecer
      Tudo, tudo, tudo, nada é preciso dizer

      Não faça eu jurar, se eu não posso cumprir
      Pra que uma dívida externa no meu existir
      Olha tanta gente andando na avenida
      Quanto gente bela e outras sem saída

      Veja bem que o fim do mundo é todo dia
      E quem sair fora dessa agonia
      Terá dentro de si o lugar do não apodrecer

      Na sala de visitas, da sua casa
      Os olhos grudados na fita, da tv
      Ninguém vê, alguém vê, ninguém vê, você

      Na escola, no trabalho, um olho fita
      Roboticamente o computador acusa a tua vida
      Alguém vê, ninguém vê, alguém vê, você

      Deixe desse chororô, isso não leva a nada
      Meta a cara pelo mundo, meta o pé na estrada
      Olha quem não teme nada, só vai aprender
      A fazer o sol brilhar e o dia amanhecer

      Não me atrapalhe, não se atrapalhe assim
      Saiba fazer por você, que eu sei de mim
      E sempre que a gente cruzar vai acontecer
      Tudo, tudo, tudo, nada é preciso dizer

  • ESQUINAS
    • Ednardo

      Desenhei uma rua na brancura do papel
      Te encontro nesta aurora, na estampa deste céu
      Na paisagem da canção, num romance de cordel
      Cidade é poema concreto, rosas no asfalto
      Rimas de esquinas em nossa solidão

      No encontro com você para tudo florescer
      Levarei olhos brilhantes e um amor bem confiante
      Viajaremos naquele cometa que nos arrebata dos véus
      Palavras soam, são como chuva
      Eivadas de mel e de fel, de fel e de mel
      E de mel e de mel e de mel e de mel

      Te direi, te darei, um presente em tuas mãos
      Diamante, seus reflexos abrem a porta de adiante
      Tudo então terá um nexo, não vá se perder por aí
      A vida é, é um instante, a vida é um instante,
      A vida é um instante, um instante, um instante,
      Um instante, um instante, um instante

  • AGRESTE BLUES
    • Ednardo

      Faz muito tempo que eu vim da minha terra para esta cidade
      E caminhei uma longa estrada para chegar aqui
      Meus pés ardiam na pedra do caminho
      Mas quando a pedra fere
      O sonho é leve, e o sonho de um homem
      A pedra não põe fim

      Tem noites de febre
      Tem chuva e tem sede
      Tem solidão e frio
      Um blues agreste, liberta e me veste
      Os tempos mudam sim
      Para procurar teu beijo e o teu olhar
      Que aponta o infinito
      Disse pra mim, não vou andar de fasto
      Já que eu cheguei aqui

      Um giro na cidade
      Um alô, um como vai
      Tudo bem, só estou sangrando
      Os olhos são pra ver
      As mãos para fazer
      A roda está girando

      Faz muito tempo que eu vim da minha terra para esta cidade
      E caminhei uma longa estrada para chegar aqui
      Meus pés ardiam na pedra do caminho
      Mas quando a pedra fere
      O sonho é leve, e o sonho de um homem
      A pedra não põe fim

  • TECER NOVO MUNDO
    • Ednardo

      Emergência real pra geléia geral
      Tá nas raias do maracujá
      E quem tomar, meu amigo, as delícias do fruto da flora
      Vai ver que a fauna se arranja, dando até uma canja
      Ao show bizz da tv
      Bananas ao vento, já faz tanto tempo
      Bananas pra todo esse auê
      Bananas ao vento, já faz tanto tempo
      Bananas pra todo esse auê

      Desde quando alguém já falou
      Pindorama, país do futuro
      O sistema computa, computa, computa
      É mais outro tijolo no muro
      Virou jaula da farra da fera
      Marginália pro ano dois mil ...

      A prova dos nove da alegria
      Segura a vida, agarra Luzia
      Tudo o que for maravilha
      E venha junto ver nascer o dia
      Noves fora um, noves fora dois, noves fora três, noves fora mil
      O computador não segura o meu coração tão Brasil
      O computador não segura o meu coração tão Brasil

  • O SOM DA ESTRELA
    • Ednardo

      Minha menina pequena, minha pequena menina
      Escuta uma estória que eu trouxe pra tu poder ir
      Me encontrar na estrela com o som que eu trouxe pra ti
      Não é difícil nem fácil a gente cantar, saber rir
      É que eu aprendo contigo aquilo tudo que em ti
      Faz tão bonita a conversa que necessita o existir
      Quando eu esquecer tu me lembra, o sim, o agora, o sentir
      Não é difícil nem fácil a gente cantar, saber rir
      Na rua por entre os prédios, por entre medos e tédios
      Há carruagens brilhantes de sonho, real maravilha
      Entre a massa que fabrica o pão nosso a cada dia
      Existem tantos segredos desenhados nos muros
      A visão tão desejada da trilha deste caminho
      Brinca, se mostra e esconde por entre a luz das esquinas
      E eu necessito de ti minha pequena menina
      Me nina, me bota no colo e com tua voz, só a tua
      Me conta estórias de quando se ouvir o som da estrela
      Procurando um pequenino
      Tu descobrirá que eu sou teu, sou o teu menino

  • QUE TAL NÓS DOIS POR AÍ ?
    • Ednardo

      Bem, eu hoje vi no jornal
      Na lista dos classificados
      O seu recado com um beijo pra mim
      Atravessando a distância que nós sabemos sem fim

      Não sei se a vida é quem quis assim
      Se existem tantos caminhos
      Que tal nós dois por aí?
      É claro que a canção tá com a razão
      Mas uma canção só tem razão
      Quando podemos cantar

      Você quer me fazer um poeta de tanto sofrer
      Você um dia vai ter que entender
      Amor telepata e platônico, é o fim
      Um grande amor só existe
      Com você perto de mim

  • O PATRÃO ZANGOU
    • Ednardo

      Um dia desses eu estava na euforia
      Coração falando alto, sem demagogia
      A música veio como o mar em minha boca
      Com saúde e tão louca
      Que eu nem pude resistir
      E batuquei um pequenino estribilho
      Com amor e tanto brilho
      Animando o ambiente
      Uô, uô, animando o ambiente
      Mas a coisa ficou quente
      E quase o trem saltou dos trilhos

      O patrão zangou na terra do carnaval
      Onde a gente passa mal se não for alegoria
      Mas em que lei, em que estado em que país
      Se proíbe ser feliz e ter voz pra se cantar
      Lá na matriz é duro o corpo, e é tanto frio
      Ordem é obediência, aqui tenha paciência
      Pro progresso da ciência da nossa música popular

      Eu conheço bem esse terreiro
      Tem bicharada, tem bicheiro
      E a galera a curtir, brega, jeca, break e rock and roll
      É tão equatorial, mas o patrão se zangou
      E agora que fomos ao fundo, ficou tudo por aqui
      Na base de, na base de
      Na base de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come
      Palavra do homem, ordem do homem, obra do homem

      O patrão zangou quando viu o pessoal
      Cantar junto e pedir bis com ele torcendo nariz
      Ora vamos e sejamos razoáveis
      Ele chegou no estrangeiro com o jogo de cintura
      Do jeitinho brasileiro e o seu patrão pediu bis
      Pediu bis, oi pediu bis, sacou no triz, ele pediu bis

  • OUTRO ROMANCE
    • Ednardo

      Mora onde vamos cantar e reunir pra valer
      O ponto a ponto daquilo que vamos tecer
      Como as aves do céu tecem manhãs
      Em nossas bocas existe o riso louçã
      Quem dá mais, quem dá mais, mais alegria
      Trepidar, balançar, nova harmonia

      Aparece uma menina mostrando o que Deus lhe deu
      E eu falo pra ela - o prazer é todo meu
      A memória é um estilhaço na vidraça do presente
      Tudo fica mais fantástico quando eu lhe cravo os dentes
      Saltam os ritmos, todas as cores
      Os nossos corpos dançam lindos nus e soltos

      Bumba-boi, rumba, baião, frevo, maracatu
      Um toque de rock, um xote, um elétrico repente
      Fagulhas do céu da boca, no vento, no verde, ventre
      Sílaba súbita e sólida de um beijo incandescente
      Bate que bate, bate o pé, bate que bate, bate palmas
      Um passarinho cantou, agora valeu
      Aquilo que o povo diz, foi ou é ou há de ser
      Agora deite o olhar pela janela de ver
      No vai e vem da corrente que o templo do tempo dá
      Tempo que tem, tempo tem pó do tempo pra temperar

  • TOQUE
    • Ednardo

      Tinta azul na lã do céu aprofunda mais o infindo
      Espaço que se não vê, por mais longe que se pense
      Se soletra não se lê
      Branca lã azul anil, tão perto se imaginar
      Tão longe se não sacar como se faz pro mergulho
      No grande mar do sonhar

      Tingir de ouro o sol
      Pratear a luz da lua
      É tanto que é quase nada
      Falar sério é não saber
      Que brincando é que se aprende
      Trazer na mão e não ter
      Medo de se tocar essa luz de iluminar
      Andar acordado e ver

      Eles me queriam medo e tristeza
      E eu posso enfrentá-los com alegria e beleza

Nota Aura Edições - Este disco completa a trilogia artística de Ednardo realizada na EMI de 1982 a 1985 - Terra da Luz; Ednardo; Libertree. Leia as matérias sobre esta trilogia no item - Matérias Jornalísticas.



Contra-Capa CD Ednardo - Libertree - Letras das músicas clique nos títulos acima.


RUBI

Ao Vivo


  • FICHA TÉCNICA
    • Produtor Fonográfico Aura Edições Musicais - 1991 Gravação Ao Vivo - Devil Discos LP - 804023

      FICHA TÉCNICA
      Direção e Produção - Ednardo
      Direção de Produção Artística - Ednardo / José Américo
      Produção Executiva - Odar Viana / Rosane Limaverde
      Francisco Domingos de Souza / Márcia Ierche
      Assistente de Produção de Show - Laerte Vicente
      Assistente de Produção Artística - Rogério Soares
      Contra Regra de Palco - Orivaldo Prado (Vadinho)
      Gravado Ao Vivo no Teatro TUCA
      Teatro da Universidade Católica - SP - Abril de 1990
      Por: Móbile Unidade Móvel de Áudio / Vídeo
      Engenheiro de Som - Egídio Conde
      Remasterizado por: Master Stúdios
      Engenheiro de Som - Carlão
      Técnico - Miguel Rocha
      Fotos - Mario Luiz Thompson / Ed Viggiani (contra capa)
      Arte Gráfica - Aura
      Arte Final - Delin / Tico Aguiar

      MÚSICOS
      Arranjos e Orquestrações - Ednardo - José Américo
      Violão - Ednardo
      Piano e Teclados - José Américo
      Viola de 12 e Cavaquinho - Manassés
      Guitarra - Marcos Nabuco
      Contra Baixo - Jorge Helder
      Bateria - Camilo Mariano
      Percussões - Alex Holanda

  • RUBÍ
    • Ednardo

      Trago a vida incandescente
      Com o brilho de quem sente, nosso momento aqui
      Onde nada nem ninguém, vai esconder a beleza
      Dessa fala brasileira, que eu trouxe guardada pra ti
      Vê a flor do trigo que é bela, a voz que é mais sincera
      Mais que bonita alimenta
      E verás que a luz aumenta, e verás que a luz aumenta
      Cada vez que toca em ti

      Se demorou te encontrar
      E me tentou desenhar na boca o amargor da espera
      Eu trouxe a todo momento
      Essa pedra rubra ardendo pra poder nos descobrir
      Te achar é seguir em frente
      E verás que a luz aumenta, cada vez que toca em ti
      O tom de um canto cristal, além do bem e do mal
      A gema rara, rubí
      A gema rara, rubí
      A gema rara, rubí

      _______________________________________________

      Que coisa boa de se dançar
      Jambo, mambo, quente da banda de lá

      Citação incidental trecho-versão: Jambo - Olavo Barros e J. Guimarães, homenagem a compositores inspirados na música cubana de Perez Prado.

  • FLORA
    • (Ednardo / Dominguinhos / Climério)

  • A MANGA ROSA
    • Ednardo

      Am
      A manga rosa, Maria Rosa Rosa Maria Joana
      Dm
      Peitos gostosos rosados, doces
                                  F
      Rosados, doces mama, mama, mamãe
                               C
      Teu sumo escorre da minha boca
                   D7
      Entreaberta a porta
      Por onde entra e por onde sai
                             G     F E
      Por onde entra e sai o mundo, mundo
      Am
      Balança a fronde farta mangueira
                                     C
      E mata a fome morto a fome ou mata, imensa mata
                                            F
      Imensa massa florados caixos de verde amarelou
              Bb                E    Am
      Maduro fruto que pro nosso gozo vem
      Am/G    F      E    Am
      Amem, amem, amem, amem
      Am/G     F      E       Am
      Mamem, mamem, mamem, mamem
      Am/G    F      E    Am
      Amém, amém, amém, amém

  • ARTIGO 26
    • Ednardo

      Intr : (G,F)
      (G,F)
      Olha o padeiro entregando o pão, de casa em casa, entregando o pão
             F
      menos naquela, aquela não
      G                      C     D G
      pois quem se arrisca a cair no alçapão
      G                       D
      Anavantú, anavantú, anarriê
              C         D           G
      nêpadêqua, nêpadêqua, padê burrê
                       G7        C
      iguali tê, fraterni tê e liber tê
              D                        G
      merci bocu, merci bocu não ha de que
      (G,F)
      Rua Formosa, moça bela a passear palmeira verde e uma lua a pratear
                F                     G
      e um olho vivo, vivo, vivo a procurar
                           C     D G
      mais uma idéia pro padeiro amassar
      (G,F)
      Você já leu o artigo 26 ou sabe a história da galinha pedrês
              F                            G
      e me traduza aquele roque para o portugûes
                         C         D G
      a ignorância é indigesta pro freguês
      (G,F)
      Você queria mesmo, ser um sanhaçú fazendo fiu e voando pelo azul
                F                              G
      mas neste jogo lhe encaixaram, e é uma loucura
                              C            D G
      lá vem o padeiro pão na boca é o que ti cura

  • TERRAL
    • Ednardo

      ( D G/D )
          D              G/D
      Eu venho das dunas brancas
      D              C
      Onde eu queria ficar
         G               D
      Deitando os olhos cansados
      F                A7
      Por onde a vida alcançar
           D             C
      Meu céu é pleno de paz
      G                 D
      Sem chaminés ou fumaça
           G           D
      No peito enganos mil
      F          A7    D
      Na Terra é pleno abril
      Em          A7         D                   A7
      Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
                    D          A7            D
      Eu sou da América, sul da América, South America
      Em       A7     D                     A7              D
      Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
      G        D                      A7               D
      Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
                  A7              D   G
      Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
                       D                   A7                D   G
      Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
                    D                   A7                   D
      A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
                        A7                  D  G
      São os olhos do mar, são os olhos do mar
                    D                   A7                  D     G
      O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
                      D                   A7                      D
      Luzindo na madrugada, abraços corpos suados na praia fazendo de amor

      Comentário de Ednardo sobre Terral:
      Esta música e letra, é de quando eu estava chegando em São Paulo / 1972,
      com saudades de minha terra, fazendo uma leitura à distância do que ela
      representa. Mas também é tradução da identidade humana com seu local de
      origem e pontos de interligações de vivências, aprendizados e momentos
      afetivos.
      E na essência, é a vontade humana do sentimento cidadão do mundo, de ir
      sem fronteiras.
      O verbo aperrear, no sentido de se medir mútuamente " de bater na porta "
      - para emitir e receber códigos de relações, possibilidades e momentos
      únicos de se encontrar e crescer.
  • BEIRAMAR
    • Ednardo

      Na Beiramar
      Entre luzes que lhe escondem
      Só sorrisos me respondem
      Que eu me perco de você ( Bis )


      Você nem viu
      A lua cheia que eu guardei
      A lua cheia que eu esperei
      Você nem viu, você nem viu ( Bis )


      Viva o som, velocidade
      Forte, praia, minha cidade
      Só o meu grito nega aos quatro ventos }
      A verdade que eu não quero ver } ( Bis )


      Na Beiramar
      Entre luzes que lhe escondem
      Só sorrisos me respondem
      Que eu me perco de você


      E o seu gosto
      Que ficando em minha boca
      Vai calando a voz já rouca
      Sem mais nada pra dizer ( Bis )


      E eu fugindo de você
      Outra vez me desculpando
      É a vida, é a vida }
      Simplesmente e nada mais } ( Bis )


      E um gosto
      De você que foi ficando
      E a noite enfim findando
      Igual a todas as demais
      E nada mais ( Bis )

  • PAVÃO MYSTERIOZO
    • Ednardo

      A

         A              G          D    A              E
      Pavão mysteriozo, pássaro formoso, tudo é mistério nesse teu voar
           A                  G              D
      Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
       A              E            A
      Muita história eu tinha prá contar
        F#m                   B              F#m
      Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
      Dm                Am            E7
      Me guarda moleque de eterno brincar
         Am              Dm
      Me poupa do vexame de morrer tão moço
      Am          E             A  A4  A5-  A4
      Muita coisa ainda quero olhar
      REFRÃO

       F#m                  Am        Am/G
      Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
           G                  C
      No escuro desta noite me ajuda a cantar
      Am                     Dm
      Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
      Am                        E           A  A4  A5-  A4
      Desmancha isso tudo que não é certo não
         A              G          D
      Pavão mysteriozo, pássaro formoso
      A                 E
      Um conde raivoso não tarda a chegar
          A               A7          D          Dm
      Não temas minha donzela, nossa sorte nessa guerra
      A                    E           A
      Eles são muitos mas não podem voar

  • ENQUANTO ENGOMA A CALÇA
    • Ednardo / Climério

        Em         Am                                     Em
      Arrepare não, mas esquanto engoma a calça eu vou lhe contar (cantar)
            Am                         Em
      Uma estória bem curtinha fácil de cantar (contar)
             |          Dm                  Am
             | Porque cantar parece com não morrer
             |
             |                      B7
      REFRÃO | É igual a não se esquecer
             |
             |            E7       A7
             | Que a vida é que tem razão
                  G
      Esse voar maneiro foi ninguém que me ensinou
                  C
      Não foi passarinho
                                           B7
      Foi o olhar do meu amor me arrepiou todinho
                                             E7
      Me eletrizou assim quando olhou meu coração

      REFRÃO

      Dm            Am    B7        E7         A7
      Ai, mas como é triste essa nossa vida de artista
         Dm                        Am
      Depois de perder Vilma pra São Paulo
      B7      E7               A7
      Perder Maria Helena pro dentista

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

  • CARNEIRO
    • Ednardo / Augusto Pontes

      Amanhã se der o carneiro
      O carneiro
      Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
      Amanhã se der o carneiro
      O carneiro
      Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
      As coisas vem de lá
      Eu mesmo vou buscar
      E vou voltar em vídeo tapes
      E revistas supercoloridas
      Pra menina meio distraída
      Repetir a minha voz
      Que Deus salve todos nós
      E Deus guarde todos vós

Nota - Aura Edições Musicais Este disco é o primeiro gravado ao vivo por Ednardo, durante os shows de três dias no TUCA (Teatro da Universidade Católica) na PUC - São Paulo. Produtor Fonográfico - Aura Edições Musicais e Co-produção de Francisco Domingos de Sousa (Chicão) da Devil Discos. Foi um dos primeiros discos no início da década de 90, entre artistas brasileiros consagrados, produzido de forma alternativa e independente das grandes gravadoras.


ÚNICA PESSOA

  • FICHA TÉCNICA
    • GPA / OUVER - 2001 GPA - 2004016-2

      FICHA TÉCNICA
      Produção e Direção - Guti Carvalho
      Coordenação de Produção - Ricardo Bacelar
      Coordenação Artística - Ednardo e Guti Carvalho
      Gravação - Estúdio GPA - Rio de Janeiro
      Técnicos de Gravação - Ricardo Bacelar / Guti Carvalho
      Mixagem - Estúdio Nas Nuvens - Rio de Janeiro
      Técnico de Mixagem - Vitor Farias
      Masterização - DMS
      Fotos - Adriana Pitiglianni
      Assistente de Fotografia - Antônio Terra
      Capa - Projeto Gráfico - Elipse Design e Propaganda
      Direção de Arte - Felício Torres
      Assistente de Arte - Maurice Chalom

      MÚSICOS
      Arranjos - Ednardo & Músicos
      Piano Acústico e Acordeon - Marcos Nimrichter
      Guitarra e Violão Acústico - Fernando Caneca
      Violão de Aço - Manassés
      Violão - Rogério Percy
      Sax Soprano e Flautas - Milton Guedes
      Flugel Horn - Trick
      Cítara - André Gomes
      Baixo Acústico com Arco - Jorge Helder
      Contra Baixo - Mazinho Ventura e Renato Rockete
      Bateria - Cesinha
      Percussões, Berimbau, Zabumba - Marcos Lôbo

  • FOLIA OU PRESSA
    • Clésio Ferreira / Augusto Pontes

      Feito de conta esse olhar
      Faz de conta que é pra mim
      Abra o seu sorriso o mais que possa
      Quero entrar nesta festa de riso, e olhar
      Meu coração está de novo aberto,
      Pode entrar
      Eu estou só com os meus momentos
      E uma saudade clara sua
      Festa de corpo e alma nua
      Meu coração com mil tormentos

  • PEDRA DA LUA
    • Rogério Soares

      Há sol e chuva
      Na mesma rua
      Do seu coração
      Paixão engana
      E faz que ama
      Pra viver feliz
      Feliz, feliz, feliz,
      Pois ninguém vive sem dizer
      Mas ninguém vive sem prazer
      A noite, a cama
      Lhe arde e chama
      Solidão, enfim
      Se faz loucuras
      E as mesmas curas
      Lhe ensinam a viver

      Viver, viver, viver
      Pois ninguém vive sem dizer
      Mas ninguém vive sem prazer, não

      Se o rei lhe ama, jogos de dama
      Longe da multidão
      Pedra da Lua
      E você nua
      Abriu meu coração
      Me diz, me diz, me diz
      Pois ninguém vive sem dizer, não
      Mas ninguém vive sem prazer, não

  • DA MINHA TERRA
    • Nilson Chaves/Jamil Damous

      Te trago da minha terra
      O que ela tem de melhor
      Um doce de bacuri
      E um curió cantador
      Trago da minha cidade
      Tudo o que lá deixei
      Numa das mãos a vontade
      Na outra o que sei

      E eu sei tão pouco menina
      Desse planeta azul
      Sei, por exemplo, que o norte
      Fica pros lados do sul
      Sei que o Rio de Janeiro
      Deságua em Turiaçu
      Sei que você é pra mim
      O que o ar é pro urubu

      Te trago da minha terra
      O que ela tem de melhor
      Tigela de açaí
      Bumba-meu-boi dançador

      Trago da minha cidade
      Tudo o que lá deixei
      Dentro do bolso a saudade
      E na mala o que sonhei

      E eu sonhei tanto, menina
      Londres, Estolcolmo, Istambul
      Sonhei New York e Caracas
      Roma, Paris e Seul
      Mas hoje o Rio de Janeiro
      Ainda é Turiaçu
      Só você pra mim já é
      Leste, Oeste, Norte, Sul

  • NOCHE DE RONDA
    • Maria Teresa Lara

      Luna que se quebra
      Sobre la tiniebla de mi soledad
      Adonde te vás
      Díme se esta noche
      Tu te vás de ronda como ella se fué
      Con quién estás

      Díle que la quiero
      Díle que me muero
      De tanto esperar
      Que voy el vailar
      Que las rondas no son buenas
      Que acentando
      Que dan penas
      Que se apaga por llorar

  • AVE DE ARRIBAÇÃO
    • Javier di Mar-y-Abá

      O certo é que acaba
      Como todas as folias
      O certo é que passa
      Como passa uma euforia

      E o beijo perde o gosto
      Acre-doce da mutamba
      Batom não deixa mais
      A mancha do Pageú

      E o leito de algodão
      Já virou palha de tucum
      Já não embriagas mais
      Os meus sentidos
      E o teu furdum
      Não me seduz

      E eu, ave de arribação
      Não, não vou deixar, meu coração perder a luz
      Não vou deixar meu coração perder a luz

      Paixão é fonte d'água cristalina
      Que brota em cima da serra
      Pra jorrar no coração
      Represa do açude dos desejos
      Que a estiagem dos teus beijos
      Faz secar de solidão

  • UNIVERSO EM MIM
    • Régis Soares / Chico Pio / Neudo Alencar

      Vou sozinho em meu deserto
      Mas jamais me senti só
      Sei há vida em cada estrela
      Te guardar foi bem melhor

      É preciso ter coragem
      Não temer os descaminhos
      Guardo em mim a tua imagem
      Aprendi a amar sozinho

      Teus mistérios abracei
      Te guardei bem junto assim
      Nas estrelas dos teus olhos
      Vi todo universo em mim

  • DITA
    • (Antonio Cícero / Orlando Moraes)

  • ÚNICA PESSOA
    • Ednardo/Chico César

      Parece que me conheço
      Tempo tamanho viver
      Toda pessoa em ti
      Brilho beleza e fala
      Amigo antigo de ter

      Par esse no mesmo manto
      Sempre aqui, ontem e depois
      Olhos de alcance infindo
      No preto e branco, a cor
      Música, silêncio, palavras

      Iê planta, asfalto, iê flor
      Plural, única pessoa
      Tudo de si, e de sou

      Parece que tudo passa
      Por tudo que é praça e gente
      Pelo fio da esperança
      Pelo pé na corda bamba
      Igual e tão diferente

      Parece que tudo fica
      Tudo muda, musa tudo
      Eu vi que bem me vi menino
      Na panela iridescente
      Mão de música, luz e loa

      Iê planta, asfalto, iê flor
      Plural, única pessoa
      Tudo de si, e de sou


PESSOAL DO CEARÁ
EDNARDO/ AMELINHA / BELCHIOR


  • FICHA TÉCNICA
    • Continental / Warner - 2002 092743631-2

      FICHA TÉCNICA
      Diretor Artístico - Wilson Souto Junior
      Gerente Artístico - Márcio Rolim
      Assistente de Marketing - Élida Bindandi
      Produzido por Robertinho de Recife
      Gravado e Mixado por Robertinho de Recife
      no Special Studio - Rio de Janeiro
      Assistente de Produção - Cláudia André
      Assistente de Estúdio - Aldrin Isidoro
      Masterização - Ricardo Garcia no Magic Master
      Capa - Cristina Portella
      Fotos - Adriana Pitigliani
      Assistentes de Foto - Antonio Terra
      Produção de fotos - Clara Castro
      Assistentes - Joana Mazza e Tatiana Dager
      Coordenação gráfica - Silvia Panella

      MÚSICOS
      Arranjos - Robertinho de Recife / Luiz Antonio / Ednardo
      Violões - Ednardo / Robertinho de Recife
      Guitarra e Violas 6 e 12 - Robertinho de Recife
      Bandolim - Armandinho
      Sanfona - Aldrin de Caruarú
      Teclados - Luiz Antonio
      Gaita - Milton Guedes
      Contra Baixo - Jamil Joanes
      Tambores e Percussões - Firmino
      Coro - Roberta de Recife / Aldrin / André / Luiz Antonio

      Texto de Ednardo no encarte deste disco do Pessoal do Ceará

      Quando gravamos o primeiro disco, "Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem" no encarte citamos nomes também pertencentes ao nosso Pessoal do Ceará, de diversas áreas artísticas, e outros ligados ao nosso universo afetivo, criativo e cultural, elos e talismãs de energia e força, presentes naquele momento.
      Hoje muitos nomes e pessoas se multiplicam através do tempo de nossa interação e dedicação ao imenso referencial. O encarte seria pequeno, mas no espaço de nossos corações e mentes, todos se amplificam reverberam presentes, e detalhados em cada música que fazemos e cantamos.
      Há muito tempo idealizado este disco feliz junção de energias, entre as quais a de Robertinho de Recife, Márcio Rolim e Hélio Santos, concretizando significativamente na mesma gravadora na qual iniciamos.
      Saudamos todos os amigos e amigas de ontem, de hoje e porvir, desejando que juntos à luz maior que nos guia, ser e estar, também signifique integridade entre a atitude existencial e sonhos de cada projeto, individual, coletivo e no Todo que representam.

  • TERRAL
    • Ednardo

      ( D G/D )
          D              G/D
      Eu venho das dunas brancas
      D              C
      Onde eu queria ficar
         G               D
      Deitando os olhos cansados
      F                A7
      Por onde a vida alcançar
           D             C
      Meu céu é pleno de paz
      G                 D
      Sem chaminés ou fumaça
           G           D
      No peito enganos mil
      F          A7    D
      Na Terra é pleno abril
      Em          A7         D                   A7
      Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
                    D          A7            D
      Eu sou da América, sul da América, South America
      Em       A7     D                     A7              D
      Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
      G        D                      A7               D
      Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
                  A7              D   G
      Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
                       D                   A7                D   G
      Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
                    D                   A7                   D
      A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
                        A7                  D  G
      São os olhos do mar, são os olhos do mar
                    D                   A7                  D     G
      O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
                      D                   A7                      D
      Luzindo na madrugada, abraços corpos suados na praia fazendo de amor

      Comentário de Ednardo sobre Terral:
      Esta música e letra, é de quando eu estava chegando em São Paulo / 1972,
      com saudades de minha terra, fazendo uma leitura à distância do que ela
      representa. Mas também é tradução da identidade humana com seu local de
      origem e pontos de interligações de vivências, aprendizados e momentos
      afetivos.
      E na essência, é a vontade humana do sentimento cidadão do mundo, de ir
      sem fronteiras.
      O verbo aperrear, no sentido de se medir mútuamente " de bater na porta "
      - para emitir e receber códigos de relações, possibilidades e momentos
      únicos de se encontrar e crescer.
  • PAVÃO MYSTERIOZO
    • Ednardo
      EDNARDO / AMELINHA / BELCHIOR
      A

         A              G          D    A              E
      Pavão mysteriozo, pássaro formoso, tudo é mistério nesse teu voar
           A                  G              D
      Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
       A              E            A
      Muita história eu tinha prá contar
        F#m                   B              F#m
      Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
      Dm                Am            E7
      Me guarda moleque de eterno brincar
         Am              Dm
      Me poupa do vexame de morrer tão moço
      Am          E             A  A4  A5-  A4
      Muita coisa ainda quero olhar
      REFRÃO

       F#m                  Am        Am/G
      Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
           G                  C
      No escuro desta noite me ajuda a cantar
      Am                     Dm
      Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
      Am                        E           A  A4  A5-  A4
      Desmancha isso tudo que não é certo não
         A              G          D
      Pavão mysteriozo, pássaro formoso
      A                 E
      Um conde raivoso não tarda a chegar
          A               A7          D          Dm
      Não temas minha donzela, nossa sorte nessa guerra
      A                    E           A
      Eles são muitos mas não podem voar
  • ENQUANTO ENGOMA A CALÇA
    • Ednardo / Climério

        Em         Am                                     Em
      Arrepare não, mas esquanto engoma a calça eu vou lhe contar (cantar)
            Am                         Em
      Uma estória bem curtinha fácil de cantar (contar)
             |          Dm                  Am
             | Porque cantar parece com não morrer
             |
             |                      B7
      REFRÃO | É igual a não se esquecer
             |
             |            E7       A7
             | Que a vida é que tem razão
                  G
      Esse voar maneiro foi ninguém que me ensinou
                  C
      Não foi passarinho
                                           B7
      Foi o olhar do meu amor me arrepiou todinho
                                             E7
      Me eletrizou assim quando olhou meu coração

      REFRÃO

      Dm            Am    B7        E7         A7
      Ai, mas como é triste essa nossa vida de artista
         Dm                        Am
      Depois de perder Vilma pra São Paulo
      B7      E7               A7
      Perder Maria Helena pro dentista

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

  • A PALO SECO
    • Belchior
      BELCHIOR / AMELINHA / EDNARDO
        E                             G#m
      Se você vier me perguntar por onde andei
      A                      B7
      No tempo em que você sonhava
      E                    G#m
      De olhos abertos lhe direi
      A                  B7
      Amigo eu me desesperava
      C#m                  F#m                 B7           E
      Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
           C#m                 F#m            B7                 E
      E eu ando um pouco descontente desesperadamente eu falo em português
       E                 G#m                A          B7
      Tenho vinte e cinco anos de sonho e de sangue e de América do Sul
               E             G#m               A
      Mas por força do meu destino um tango Argentino
                     B7
      Me pega bem melhor que um blues
      C#m                  F#m               B7              E
      Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
       C#m                     F#m             B7             E
      Eu quero é que esse canto torto feito faca, corte a carne de vocês

  • PASTORIL
    • Ednardo
      AMELINHA / EDNARDO
      Venho da maravilha
      Do mel da Jandaíra
      Cheiro à flor de mangueira
      Venho da maraponga
      Pitanga milonga
      Me língua de sol e de dengue
      Pra mim do final dessa praia
      Sa sacode a barra da saia
      Sa sacode a barra da saia
      Que eu te vejo por inteira
      Que eu te vejo por inteira
      Desde o regaço do norte
      À corredeira do sul
      Teu riso é uma bandeira
      Escorre como um riacho
      Acho claro eu e tu
      Papel seda flor do mato e cetim
      Pra te cantar pastorinha
      Te trago dentro da minha
      Chuva de luz no dourado
      Fina areia prateada
      Na asa da borboleta
      Meu anjo solto no espaço
      Espanta o mal e afasta
      E deixa brilhar estrelas
      Em constelações de luz
      Em canções cheias de luz
      No céu das nossas cabeças

  • LAGOA DE ALUÁ
    • Ednardo / Climério / Vicente Lopes
      AMELINHA
      (C C7 F G C)

      C    F     G7                  C
      Uma lagoa nasceu dentro do meu peito
               G7               C
      Pra de noitinha vir a lua espiar
               Bb                     F
      E o meu amor mergulhando dentro dela
              G7                   C
      Nadando nela seus cabelos se molhar
      E7       Am        Bb        F
      Como é bonito ver o meu amor nadar
             G        F G7           C
      Nessa lagoa que nasceu dento de mim
               G7                   C
      Depois notar que de tanto se banhar
                       G7                   C
      Meu amor virou saudade e saiu no meu chorar
                G7                   C
      Se essa lagoa fosse um copo de aluá
           C7         F   G7          C
      Eu vivia dentro dela até me maravilhar
                Am          Bb         F
      E hoje em dia se me "alembro" da lagoa
                  G7                   C
      Sinto que a lua tá morando no meu peito
                 G7                 C
      E o seu clarão é a luz do seu amor
                          G7                      C
      E depois que me encandeia faz a luz do meu olhar
              G7                      C  C7
      E vejo claro que a lagoa que não vejo
                      F            G7           C
      É o gosto desse beijo que não posso mais beijar

      (Cifrada por Kaica, músico paraense)

      • ARTIGO 26
        • Ednardo
          EDNARDO / AMELINHA / BELCHIOR
          Intr : (G,F)
          (G,F)
          Olha o padeiro entregando o pão, de casa em casa, entregando o pão
                 F
          menos naquela, aquela não
          G                      C     D G
          pois quem se arrisca a cair no alçapão
          G                       D
          Anavantú, anavantú, anarriê
                  C         D           G
          nêpadêqua, nêpadêqua, padê burrê
                           G7        C
          iguali tê, fraterni tê e liber tê
                  D                        G
          merci bocu, merci bocu não ha de que
          (G,F)
          Rua Formosa, moça bela a passear palmeira verde e uma lua a pratear
                    F                     G
          e um olho vivo, vivo, vivo a procurar
                               C     D G
          mais uma idéia pro padeiro amassar
          (G,F)
          Você já leu o artigo 26 ou sabe a história da galinha pedrês
                  F                            G
          e me traduza aquele roque para o portugûes
                             C         D G
          a ignorância é indigesta pro freguês
          (G,F)
          Você queria mesmo, ser um sanhaçú fazendo fiu e voando pelo azul
                    F                              G
          mas neste jogo lhe encaixaram, e é uma loucura
                                  C            D G
          lá vem o padeiro pão na boca é o que ti cura